domingo, 26 de abril de 2009

Triste Partida

Esta é uma pequena homenagem ao companheiro de Futebol e Poesia, Andreson Falcão!


Um coração apaixonado parou de bater, talvez por ter batido demais, há aqueles que morrem de tanto viverem, de tanto amarem, de tanto se apaixonarem pelo que fazem, por esses as pessoas se apaixonam, pelo que são! Andreson Falcão era um apaixonado, reservado, inquieto em sua tranquilidade.

Assim como um falcão, tinha uma visão privilegiada das ações dentro do gramado, tinha uma visão clinica para os detalhes de uma partida de futebol, uma calma na hora de analisar o que havia de melhor ou pior em cada jogador, em cada equipe, em cada partida.

Lembranças? Lembro-me da simpatia, lembro-me da competência, lembro de que quando eu falava o nome Andreson Falcão, os elogios vinham como uma enxurrada... Lembro-me do grande companheiro de debates e opiniões inovadoras e sensatas... Um verdadeiro comentarista no mundo dos "clowns"...

A partida deste campeonato que é a vida física se encerrou, diferentemente dos campeonatos de futebol, esse nunca tem hora pra terminar, alguns se vão tarde e outros, quase sempre os melhores, cedo demais... Talvez por serem tão bons que não haveria momento adequado para irem, cem anos seria cedo demais.

Eu sei que você vai em paz, mas que não vai descansar... Vai procurar uma emissora cósmica no plano maior e montar uma equipe para cobrir os jogos onde craques como Puskas, Garrincha e Denner darão seus shows... Descansar nunca foi mesmo a sua!

Te invejo, pois agora estais a ver os jogos do anglo mais privilegiado que existe... Assim como um Falcão!

Vai... Um dia voltaremos a nos encontrar!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Gol!


Acontece, apenas acontece, nem sempre acontece...


Gozo, ápice do prazer futebolístico, espera das massas, a tristeza na outra dimensão, no outro pólo da existência futebolística passiva/ativa. Torcida concretizada, amansada com o fulgor, idolatria a rainha que é agredida com chutes, socos e pontapés e que adora isso, não vive sem isso.

O escarro do goleiro batido, o vôo do goleiro favorecido, o carnaval instantâneo, nem a quarta-feira de cinzas é completamente triste, sempre há o outro lado, a outra dimensão, o outro pólo da existência futebolística passiva/ativa. Gol é amor, Gol é ódio, Gol é certidão de nascimento, atestado de óbito, perda de virgindade.

Um Gol existe antes mesmo de se concretizar, existe no mundo das idéias, todos, absolutamente todos os seres humanos já fizeram o seu Gol, metafísico e, invariavelmente, numa final de campeonato, o Gol decisivo. Nada mais emocionante, nada mais indiscutivelmente enlouquecedor, nada mais atestadamente viciante.

Nada mais existe durante um Gol, nem o banho de cerveja, nem o fedor do torcedor suado que te abraça como se fosse alguém intimo (e na verdade ele já o é) nem mesmo o bandeirinha que levanta seu instrumento querendo acabar com a alegria... perdão, ele existe, ele faz com que os segundos de alegria virem xingamentos, explosões de ódio e sentimento de injustiça...

Mas o que caracteriza um gol? E o que o descaracteriza como uma explosão de raiva, alegria paixão e ódio? Sera Ele um estupro ontológico? Uma oração macabra? Algo que acreditamos ser verdade sabendo que esta mentindo? Algo perdido entre a imensidão e a eternidade? Afinal, o que caralhos e um Gol?

Podem me dizer:

(gol (ô) sm (ingl goal) Esp 1 Ponto ou tento, no futebol, pela transposição da bola nas balizas do adversário.)

Mas só sei que Ele acontece, apenas acontece, nem sempre acontece.

Me lembra Deus.


È Detto!!!