segunda-feira, 14 de junho de 2010

Minha Não-Copa

Senhoras e senhores, é época de Copa do Mundo, época pela qual espero desesperadamente, época na qual eu gostaria de estar escrevendo sobre os detalhes, fossem eles grandes ou pequenos, desse espetáculo (nem sempre espetacular) que é o mundial de futebol masculino.

Acontece que não tenho alegria para escrever. Os motivos não serão expostos aqui. Mas não tem nada relacionado com o baixo nível técnico apresentado pela maioria das seleções até agora. É algo pessoal, uma tragédia existencial.

Espero que os blogueiros, jornalistas, palpiteiros e todos aqueles que venham emitir suas respectivas opiniões sejam felizes, primeiro em suas vidas, segundo em seus comentários.

Uma boa Copa para todos.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

O Chefe!



Andres Sanchez, presidente do Corinthians, embarca nesta semana para a África do Sul, onde chefiará a delegação brasileira na Copa. Mas antes, ele tem de mostrar o espírito da nossa seleção na África do Sul. A vítima? Mônica Bergamo!


Folha - O senhor assumiu o Corinthians numa crise que agora está superada.
Não Andres Sanchez - A empresa mais fácil que tem de se trabalhar é time de futebol. Eu não tenho concorrente.é que nem Coca e Pepsi, a Nike e a Adidas. Aqui, não. Você já tem o cliente, o torcedor apaixonado pela marca Corinthians. Montamos a rede Poderoso Timão pra dez lojas. E já são 76.

Já ouvi o senhor dizer "é só não roubar muito".
O termo não é esse, vamos dizer assim, publicamente. Mas é ter um limite na vida.

E o senhor disse também que ninguém é santo.

Ninguém é santo. Mas o [que não é] santo não é só por roubar. É por tratar mal as pessoas, não respeitar o ser humano, o ambiente. Não quero dizer que não sou santo porque posso roubar. Estou dizendo num geral de sociedade como um todo.

Tem muito roubo no futebol?
Já teve muito mais. O futebol era uma caixa preta e hoje ela já não é mais preta, é cinza. Tá branqueando.

Mas ainda não é branca.
O que falta no futebol é mudança de poder. A maioria dos presidentes, até dois anos atrás, estava há 15, 20 anos nos clubes. Eu posso me sujeitar, por ser louco, a ficar três anos. E depois tem que mudar. Se puder sair duas horas antes de acabar o meu mandato [em 2011], eu saio.


Ricardo Teixeira está no comando da CBF há 21 anos.
Mas eu já falei isso pra ele. Ele já está percebendo. A transformação do Brasil, não só no futebol, não aceita mais uma pessoa ficar 20, 40 anos, por melhor que seja o trabalho que esteja fazendo.

E ele está percebendo isso?
Você quer que eu fale que o Ricardo Teixeira tem que sair. Não vou te falar isso. Eu estou dizendo que nas federações, nos clubes, nas confederações, na Fifa, em tudo a renovação é importante.

Mano Menezes fica no time?
sai se quiser. um pênalti mal batido, Vieram aqui pedir a cabeça dele. E eu falei: "O Mano não sai do Corinthians enquanto eu for presidente". Só Ele tá fazendo um belo trabalho. Tem 66% de aproveitamento nos últimos anos. Foi campeão com 55%. Já na Libertadores, temos 73%. E "tamo" fora! Futebol não é ciência exata. Uma bola na trave, o erro de um juiz -e você perde um jogo.

O senhor já comentou que são muitas as variáveis. Às vezes, o jogador entra em campo e foi traído pela mulher, a sogra ligou...
revoltada, psicológico, Se o psicológico dele tá mal, não consegue jogar. E ele tem problema com o filho, com a mulher que tá com a ex-mulher, com a amante, com a bebida. Ele tem problema com tudo, como o ser humano tem. E não entra com o pique, aquela consciência diretamente no futebol. Os maiores jogadores estão no Real Madrid. Por que não ganham campeonato? Pô, é problema de relacionamento, é problema técnico, físico.

E o Ronaldo está gordo?
Ele tava na Europa! contente com o que ele tá Tem outros jogadores que estão acima do peso aí Se ele estivesse 100%, bonitão, 70 kg, blá-blá-blá, você acha que ele tava aqui no Corinthians? E no Brasil? Não dá. Você tem que se contentar com aquilo que pode dar e que pode receber. Eu tô dando e tenho certeza de que ele tá contente com o que o Corinthians dá pra ele.. Mas ninguém fala.

Quem?
O Adriano -pra não falar do meu time e falar dos outros. Tem jogador que só joga bem com 3 kg acima do peso.

Por quê?
Ninguém explica.

Mas quem é esse jogador?
É do Santos, mas não vou explicar. Quando ele tá magrinho, não consegue jogar.

O senhor me disse que o Ronaldo é um tsunami.
O cara não pode conversar, namorar, nada. Tem dinheiro, status, tem "bêbêbêbêbêbê", mas não pode por o dedo no nariz que o teu jornal põe lá: "Rico, melhor do mundo, mas põe o dedo no nariz". E todos nós já pusemos o dedo no nariz.

Na Copa, o senhor vai controlar as baladas dos jogadores ?
Se tiver folga e eles forem pra boate, pra discoteca, pro barzinho, pro shopping ou pra igreja, é problema deles.

É melhor balada ou igreja?
De vez em quando, não só os baladeiros exageram, mas também os da igreja. O cara quer rezar de tarde, de manhã, de noite. É difícil.

Na seleção há mais "certinhos", como Kaká e Lúcio?
Talvez eles não sofram o mesmo assédio dos outros.

O Kaká não sofre?
E qual é o problema de ter mulher? Ainda bem. Já pensou se tivesse homem? Eu prefiro jogador que, se for solteiro, tenha dez mulheres do que um homem.

Mas qual é o problema de ter um homem?

No futebol tem preconceito, principalmente no Brasil.

O Ronaldo sofreu preconceito no episódio dos travestis?
E sofre. É lógico. Se fosse com oito mulheres, pra muitos ele seria herói. Macho. Másculo. Não tem nada a ver. Eu tenho amigo homossexual, gay, trans... como é que fala? Não é travesti, é...

Transexual.
Transexual. E que me respeitam, sem problema.

Tem jogador gay no Brasil?
É lógico que tem.

Famoso?
Ah, não sei. Isso aí você vai sapeando aí. Mas tem. O futebol é reflexo da sociedade.

Faria a mesma lista do Dunga para a Copa?
Não! Ninguém repetiria essa lista. Cada um tem a sua. Mas eu respeito. Ele vinha há três anos e meio montando o time e ganhou tudo. Quem somos nós pra questionar?

O senhor é filiado ao PT. Como foi parar lá?
Minha família é de sindicalistas, meus irmãos, meus tios. A gente tem esse lado. Eu sou socialista na essência.

O Corinthians ainda não ganhou títulos em 2010, em que comemora seu centenário.
Não vai acabar o mundo porque o Corinthians não ganhou um título. Passamos 23 anos sem título e o Corinthians só cresceu! Em que o presidente de um clube tem que pensar? Em aumentar a torcida e em ganhar títulos. Se não der pra fazer as duas coisas, qual ele prefere?

Aumentar a torcida?
[Concorda com a cabeça] E é provado que o Corinthians, quanto mais anos sem títulos, mais torcedor chega.

O projeto é não ter título?
É fazer a torcida crescer e ganhar títulos. Se eu tivesse que escolher um, qual seria? Crescer a torcida. E quanto menos títulos a gente ganha, mais cresce a torcida.

Então o senhor não quer ganhar título.
C...! Vocês estudam e não entendem nada.




(Se preparem!)

È Detto!!!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Seleção Tacanha



Passei essa semana refletindo acerca da convocação final, feita por Dunga, para a Copa do Mundo da África do Sul. Tomei alguns sustos, me revoltei com algumas confirmações que eu insistia em não acreditar e, não nego, me surpreendi positivamente com algumas decisões.

Vamos direto ao assunto. Em relação aos goleiros, Dunga acertou 100%. Júlio César é incontestável, Gomes faz uma boa campanha na Inglaterra e Doni foi o goleiro mais convocado da era Dunga e, diga-se de passagem, nunca comprometeu. A ausência de um quarto goleiro na lista de espera não se trata de uma imprudência por parte da comissão técnica brasileira, mas da exploração de uma brecha no regulamento. A Espanha, por exemplo, não interpretou da maneira correta e levou cinco goleiros.

Quanto à zaga, não há nem o que comentar. Lúcio, Juan, Luisão, Thiago Silva e pronto.

Já nas laterais, enquanto a direita tem os nomes definidos desde o principio do trabalho do treinador brasileiro, a esquerda me surpreendeu negativamente. Gilberto não tem condições de ser titular da seleção brasileira. Michel Bastos, muito menos. Torcer por uma lesão de um dos dois para que Marcelo vá a Copa e tenhamos um lateral de verdade.

Entre os volantes, torci pela convocação de Thiago Motta, me surpreendi, negativamente, com Kléberson. Gilberto Silva é de uma importância tática incrível, mas esta será a sua última Copa. Felipe Mello atravessa uma má fase de dar dó na Juventus, mas ainda pode ser titular de Dunga. Josué tem sido contestado, mesmo tendo boas atuações pela seleção. Eu preferiria um outro pernambucano em seu lugar: Hernanes, um craque de bola. Nem Hernanes, nem Thiago Motta, quem ficou com a vaga na lista de espera foi Sandro. Sandro!

Segundo a composição de Samuel Rosa e Nando Reis, “o meio-campo é o lugar dos craques”! Cadê? Ramires? Coitado! Não sei se ele é um volante que chega à frente ou um meia que marca um pouco melhor que os outros. Pra mim ele é um meia sem criatividade ou um volante sem pegada, não escolhi ainda. Tem disposição e só. Daniel Alves é quem vai acabar tomando-lhe a vaga nessa posição. Elano? Coitado! Óbviamente convocado pelos serviços prestados à Dunga... à Dunga! Não tem jogado lá muito bem na Turquia e deverá ser reserva absoluto neste mundial. Júlio Baptista? Coitado, mas coitado mesmo!!! Coitado dele se Kaká se machucar, pois é óbvio, absurdamente óbvio que ele não tem a mínima condição de alterar o rumo de uma partida, muito menos de assumir a camisa 10 numa ausência do Bambino D’Oro.

Vocês sabem o pior de tudo? Nem o Kaká nos passa mais a confiança de outrora, principalmente após seu desempenho pífio na sua temporada de estréia pelo Real Madrid. Enquanto isso, Ronaldinho vai demonstrando estar preparado para a Copa que se segue.

Ganso na Copa? Não sei se é o momento certo, principalmente se for para levá-lo sem testá-lo. Nem com Pelé foi assim. É óbvio que ele está sendo condenado por uma falta de planejamento na preparação da seleção rumo a Copa. Mais amistosos deveriam ser feitos, esses para testar jogadores que não tiveram chance nos 3 anos e meio de trabalho de Dunga. Em 2002 foi assim e Gilberto Silva (fulcral na campanha do penta), Kléberson (que acabou fazendo uma ótima Copa) e o nosso atual camisa 10, Kaká, foram selecionados nesses jogos. Enfim... coisas de seleção.

No ataque, a ausência de Adriano foi, para mim, mais do que justa, foi necessária, além de ser, por mim, comemorada. Robinho e Luís Fabiano formam um ataque perigoso, mas nada comparado com Bebeto e Romário, Rivaldo e Ronaldo, nem chega a ser melhor que Muller e Careca, em minha humilde opinião. É o melhor que temos, não há onde buscar.

Dentre os outros dois escolhidos por Dunga, contesto a presença de Nilmar deixando Pato fora dessa seleção. Me parece ser mais um convocado por serviços prestados, não tem jogado bem no Villareal, além de não se encaixar enquanto substituto de Robinho, nem ser um jogador de área como Luís Fabiano. Neymar não tem maturidade para jogar nessa seleção, ponto. Quanto à Grafite, palmas para Dunga. Boa estatura, dá ótimas assistências, faz muitos gols, foi eleito o melhor jogador de um campeonato importantíssimo como a Bundesliga, além de ter sido o artilheiro. Tudo bem que isso foi no ano passado, mas com a queda de rendimento do Wolfsburg ninguém poderia, nem Cristiano Ronaldo, nem Messi, nem ninguém.

Mas você pode me perguntar: o que você achou dessa convocação? Esta foi uma convocação tacanha, de um treinador tacanho, que tem sido um vencedor, um vencedor tacanho. Esta é uma seleção brasileira sem cara de seleção brasileira. Sem a criatividade de uma seleção brasileira. Sem a magia de uma seleção brasileira.

Podemos ser campeões? Óbvio! Faz tempo que o futebol abriu espaço para a filosofia que Dunga adota e, se pensarmos bem, ele não está errado em pensar assim. O fato é que ele quer ganhar a Copa, espero que ganhe, mas que ganhe uma Copa que, ao contrário da seleção, não seja tacanha.

È Detto!!!

quinta-feira, 11 de março de 2010

Calcio Com Um Novo Campeão?


O Calcio pode voltar a ter um campeão diferente nesta temporada. A ascensão do Milan, juntamente com a recuperação sensacional da Roma, podem pôr fim na hegemonia da Internazionale e, consequentemente, o tetra-campeonato da equipe.

As chances do Milan são, sem dúvidas, maiores que a da Roma. A equipe russonera tem um plantel mais qualificado, um treinador que demonstra ser mais talentoso e um foco, oriunda da rivalidade mais efervescente da Itália, em impedir o título de seu maior rival.

A Roma tinha um objetivo no início da temporada: voltar à Champions League. Teve um princípio de campeonato terrível, passeou pela zona de rebaixamento e, quase que milagrosamente, teve uma subida impressionate de produção, ao ponto de revezar com o Milan no posto de vice-líder do Calcio. O fato é que, mesmo com as contratações feitas na janela de inverno, não a enxergo como uma equipe que consiga ser campeã, pelo menos nesta temporada. Mas como o futebol não é uma ciência e, se fosse, não seria exata, nada impede uma seqüência de vitórias na reta final, combinada com tropeços dos adversários. Não há motivos para a desistência giallorossa.

Quanto ao Milan, apesar de toda a sua evolução, a equipe oscila entre atuações regulares e grande jogos. O termômetro da equipe é, sem dúvida, Ronaldinho. Isso leva a crer que se o Gaúcho jogar 80% do que sabe em todos os jogos, o Milan será campeão. Gattuso, Beckham, Seedorf e Pato são outros jogadores importantes na equipe. Dentre eles, Alexandre Pato é o jogador com o qual a equipe mais precisará contar. Leonardo, depois de ser bastante questionado no comando da equipe, vem se estabilizando à frente do time de Berlusconi e, apesar da recente derrota na Champions League, tem mostrado bastante talento.

Já pelos lados do Giuseppe Measa, é notório que, se o Cálcio encontra-se num equilíbrio que possibilita uma disputa, propriamente dita, pelo título, não é por conta de uma evolução extraordinária por parte de Milan ou Roma e sim a queda de produção da Inter. O fator preponderante para isso é que a equipe de José Mourinho não tem mais o mesmo foco, nem a mesma qualidade. Ninguém perde Ibrahimovic e fica impune. Além disso, a saída de outros jogadores por motivo de insatisfação e a permanência de outros, mesmo insatisfeitos, eram o anuncio de que algo estaria prestes a ruir. Ainda assim a Inter é a equipe mais forte do campeonato.

Correndo por fora, mas bem por fora mesmo, a Juventus chegou a ensaiar uma boa temporada, mas a queda vertiginosa de produção da equipe impediu a sua permanência na briga pelo título. A equipe de Turim deve, inclusive, ficar atenta caso queira disputar a Champions na próxima temporada. Diego é um jogador genial, mas não é o suficiente para a Juve ser novamente campeã.

Fazendo-se uma análise, que nem precisa ser tão profunda assim, o Cálcio tem um grande favorito, a Inter, porém, mesmo sendo campeão nesta temporada, dá sinais de que a hegemonia está prestes a acabar.

È Detto!

terça-feira, 9 de março de 2010

Dossiê Seleção Brasileira


Ser treinador da Seleção Brasileira é o sonho de milhares de profissionais do futebol espalhados elo mundo. Comandar a canarinha numa Copa do Mundo, então, é um momento de êxtase supremo, experiência vivida por poucos privilegiados até hoje na história, com o ápice alcançado, ou seja, com o título mundial, conseguido apenas por cinco treinadores brasileiros. Em breve, Dunga terá a oportunidade de ser, quem sabe, o sexto campeão mundial dentre os treinadores brasileiros, além de se igualar com Beckenbauer e Zagallo como únicos a serem campeões como jogadores e treinadores. Mas para alcançar o tão almejado título, como se configurará o grupo e, mais importante, a equipe?

Quanto ao sistema tático, observa-se que os dois laterais têm uma dinâmica padrão para uma equipe com dois zagueiros. Um avança e o outro guarda posição. Mas, em certos momentos e graças ao posicionamento como 3º zagueiro por parte de Gilberto Silva, têm a liberdade de efetuar avanços simultaneamente.

Felipe Melo, por sua vez, faz uma marcação pesada, porém mista, e sem tanta liberdade para subir com a bola dominada. O sistema oficialmente defensivo é completo por Ramires. Nesta posição, onde podem jogar também Elano ou até mesmo Daniel Alves, é feito o primeiro combate na marcação e, com a posse de bola, torna-se um armador. Essa posição é a que dá equilíbrio à equipe, pois termina de preencher defensivamente o meio-campo, dando liberdade à Kaká que, completando o quarteto do meio e sem tanta obrigação defensiva, torna-se o homem do último passe, com a possibilidade de utilizar o máximo de sua energia para o ataque.

Já a dupla de ataque tem funções bastante diferentes. Robinho é quase um quinto homem de meio-campo e faz uma movimentação intensa, como se fora um pêndulo, abrindo espaços para os avanços de Kaká e as finalizações de Luís Fabiano, aquele que manteve, para mim, Dunga no cargo de treinador da Seleção.

Explico, da mesma forma que a posição que hoje é ocupada por Ramires é de fundamental importância para o esquema da equipe, a camisa 9, o finalizador da equipe, não pode ser um mero criador de espaços ou pivô preparando a bola para os que vêm de trás. É extremamente necessário que ele faça os gols, principalmente pelo fato de que a equipe joga para que ele os façam. Antes de Luís Fabiano, o Brasil não tinha um jogador decisivo, eram bons atacantes, faziam gols em seus clubes, mas essa eficiência não se estendia à Seleção. Fabigol se impôs, fez gols importantes, deu boas assistências, foi voluntarioso sem perder o tesão em fazer gols e, assim, salvou a cabeça de Dunga que, sem os seus gols, inevitavelmente cairia.

Prefiro não ser pessimista, mas creio que se Dunga pudesse escolher escalaria Adriano no lugar de Luís Fabiano na equipe titular. Essa seria a maior trairagem da história da Seleção Brasileira que eu teria presenciado, Adriano é um jogador excelente, mas ainda fora de forma. Precisa provar muita coisa para ser titular da Seleção.

Mas quais são as dúvidas de Dunga? Excetuando-se a questão da lateral-esquerda, a mais notória delas é a de como encaixar Ronaldinho nesta equipe. Ele voltou a jogar bem, ser consistente e decisivo, mas pouca gente esperava esse retorno. Dunga, claramente, não era um deles.

A atual configuração tática da seleção só dá uma opção para a entrada do gaúcho: a saída de Robinho. Um meio-campo com Ronaldinho e Kaká tornaria-se inviável no atual e, diga-se de passagem, vencedor sistema de jogo brasileiro. Inevitavelmente o Brasil se tornaria um time sem pegada no meio e sem poder de recomposição sem a posse de bola. Apesar do poder de fogo com a bola dominada, não seria seguro atuar com uma equipe tão desprotegida.

Outra dúvida é a de quem vai atuar como 3º homem de meio-campo. Ramires é um bom jogador, mas não vejo nele a consistência necessária ser o titular da equipe. Elano é um bom jogador, tem os seus momentos de craque, mas, em contrapartida, tem seus momentos de apagão técnico-tático. O vejo perdendo pontos no conceito de Dunga. Daniel Alves, para mim, seria a melhor opção, apesar de sua deficiência no âmbito defensivo, ele têm uma boa noção de espaço e avanços fulminantes, combinando bom passe, ótimos cruzamentos, velocidade e um bom chute de fora da área. Além de tudo, é ótimo nas bolas paradas.

As laterais são tipos de dúvida totalmente opostas para Dunga. Enquanto q na direita há dois jogadores que não merecem serem reservas, com Daniel Alves e Maicon disputando intensamente a posição, no lado esquerdo a coisa muda de configuração. Não há, atualmente, um só jogador que mereça ser titular da posição. Mais de uma dúzia de atletas já passaram pela posição na era Dunga e nenhum se firmou. Vejo, ainda, o galáctico Marcelo como a melhor opção por parte de Dunga. Mesmo deixando a desejar na defesa, ele tem se mostrado importante em seu clube e sua capacidade ofensiva é imensa. Além disso, ele não têm competidores à altura.

Julio César como goleiro, Lúcio e Juan formando a dupla de zaga, Gilberto Silva e Felipe Melo como volantes, Kaká como meia e Robinho ao lado de Luís Fabiano no ataque. Esses são os jogadores que não deverão perder a vaga para o mundial. É bem verdade que Maicon é o predileto de Dunga na lateral-direita e deverá ser titular e há uma tendência de Daniel Alves ser efetivado no meio-campo. Além disso espero que Marcelo seja efetivado na lateral-esquerda. Há uma chance remota de Robinho ser substituído por Ronaldinho, mas não creio que Dunga irá fazê-lo.

Quanto ao resto do grupo, no gol, para reserva de Julio César que enfrentou bem a fase da imprensa em seu rogeriocenismo e tornou-se um dos melhores do mundo, Doni e Gomes deverão ser convocados. Na lateral-direita, se caso Daniel Alves seja realmente deslocado ao meio-campo, Rafinha (Schalke 04) pode aparecer na lista, caso contrário, a dupla padrão da seleção continua. Na esquerda, Michel Bastos e Marcelo deverão ser os escolhidos. Para reservas de Lúcio e Juan, a briga ficará entre Alex, Luisão e Thiago Silva. Entre os volantes para serem suplentes de Gilberto Silva e Felipe Melo, Josué e Ramires deverão ser os escolhidos. Entre os meias Júlio Baptista, Diego, Elano, Anderson e Carlos Eduardo travarão uma luta tão intensa quanto Nilmar, Pato, Ronaldinho, para entrar no grupo que vai à Copa.

Então vem a pergunta impossível de não ser feita: será, esse grupo, capaz de conquistar o título mundial?

Vejo que não será uma tarefa fácil. Apesar da derrota na Copa das Confederações, a Espanha tem o melhor futebol neste pré-Copa. Uma equipe rápida, perigosa e, diferente de outras épocas, equilibrada e saudavelmente confiante. França, Itália e Alemanha têm times irregulares que podem embalar durante o torneio. Holanda e Portugal podem ser surpresas. Já a Argentina têm me lembrado, pelo menos em questões psicológicas, o Brasil de 2002. Está tão desacreditada que isso pode se transformar num dopping psicológico, porém da mesma que pode favorecer, pode prejudicar o rendimento da equipe. Ela é, para mim, a maior incógnita deste Mundial, portanto, a equipe mais perigosa de todas.

Nesta conjuntura, o Brasil está um pouco abaixo dos espanhóis e levemente acima dos demais, com uma equipe aplicada taticamente, com jogadores capazes de causar um desequilíbrio e, diferente de outros mundiais, com uma defesa sólida. Já seu ponto fraco é a falta de alternativas táticas devidamente testadas em jogos oficiais, isso pode mudar durante os treinamentos antes da Copa, mas opções como a de três zagueiros ou três atacantes, por exemplo, não foram vistas ainda.

Mas todo tipo de análise prévia perde o sentido quando a bola começa a rolar. E eu não vejo a hora para que a Copa comece.


È Detto!

sábado, 27 de fevereiro de 2010

De Quatro em Quatro


Se você, leitor, perguntar a alguma pessoa, por mais politizado que ela seja, qual foi o acontecimento mais importante do ano de 2006, existe uma enorme chance da resposta ser a Copa do Mundo. Se as perguntas subseqüentes forem relacionadas aos anos de 2002, 1998 ou mesmo 1994, as respostas provavelmente serão as mesmas. Variações podem ocorrer entre os mais carnavalescos ou mesmo entre aqueles que tiveram filhos nesses anos. Se você, após as perguntas anteriores, questionar qual acontecimento trás mais expectativas neste ano de 2010, a resposta será a mesma: o famigerado mundial.

Se caso você perguntar a si mesmo, a resposta será igual. Se caso você perguntar a mim, idem. Mas, onde quero chegar com essa verborragia? Respondo, no ponto-chave para se fazer de um povo, gado: a alienação.

Alienação, em suma, se refere à diminuição da capacidade dos indivíduos em pensar em agir por si próprios. Em todos os anos citados, aconteceram eleições para presidente do Brasil, anos que deveriam ser considerados chaves pelo povo brasileiro, que, por conta da alienação que o domina, considera secundário aquilo que é primordial e prioritário aquilo que deveria ser uma mera distração.

Falando assim, não me considero um “sujo” falando dos “mal-lavados”, reconheço o nível de minha alienação ao esporte bretão, não só por ser torcedor, mas também por ser, atuante ou não, um profissional da área. Reconheço, contudo, que erro em minha prioridade de importância. Não quero também ser um comunista chato que torceria por Cuba num possível embate com o Brasil no Mundial, por azar ou sorte, a ilha de Fidel sequer se classificou à Copa.

O que ocorre é que a movimentação do brasileiro durante uma Copa do Mundo, sua entrega à pátria de chuteiras, a comoção nacional em prol de algo que, cá entre nós, nosso povo não pode influenciar diretamente no resultado final, me emociona por um lado e me revolta por outro. É lindo ver a demonstração quase obscena de patriotismo durante o Mundial, mas, durante as eleições, excetuando-se a militância nem sempre consciente, porém voluntária, de alguns partidos de esquerda, toda movimentação do brasileiro tem um interesse, não coletivo e sim, pessoal, quase sempre financeiro, como principal motivador.

Quando falo que é o principal, não quero dizer que é o único. O que é bem claro, e não estou descobrindo a América com essa afirmação, é que falta, ao povo brasileiro, além do conhecimento necessário sobre o assunto, que viria com uma educação qualificada, uma paixão pela política. É o que sobra quando o assunto é o futebol.

O mesmo se aplica à religião, não que o futebol também não tenha algo de religioso (não confundam o religioso com o sagrado), mas o importante é que boa parte dos brasileiros (alfabetizados) já leram a bíblia, livros sobre esportes, livros de Paulo Coelho, entre outros, mas nunca a constituição brasileira, nunca um livro sobre política, sem falar da desativação em massa dos rádios na hora da Voz do Brasil, informativo sobre os acontecimentos da política no nosso país. Enfim, é isso que eu chamo de alienação.

Quanto a paixão pela política, pode ser querer demais de minha parte, mas, em certas áreas, o conhecimento leva à paixão, e este é o caso da política que, apesar de todas os fatores escusos que a cercam em sua ordem prática, é algo que com o tempo passa a fazer parte de seu DNA, até o ponto em que se desassociar dela torna-se impossível, e o melhor, não se faz necessário deixar de gostar de futebol para que isso aconteça.

Que venham a Copa e as eleições. Aguardamos ansiosamente por ambas.

È Detto!!!

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Mais Uma Derrota?


Confesso que iria escrever esse artigo no exato dia que marcou os 96 anos do Santa Cruz Futebol Clube, entretanto, após a derrota para o nosso arqui-rival, o Sport, em pleno Estádio do Arruda, no dia do aniversário do Tricolor, concluí que minhas palavras teriam, apesar de toda a imparcialidade que adquiri como tempo, uma carga emocional que poderia ser considerada digna de um desabafo.

Odeio desabafos, soam como vômitos ontológicos. Quando o assunto é futebol, creio que eles devam ser feitos apenas por torcedores, nunca por jornalistas ou pessoas com a pretensão de serem comunicadores. O poder adquirido por alguém no momento em que uma outra pessoa disponibiliza um minuto de sua atenção, crendo que ouvirá algo que ampliará o horizonte de seu pensamento, não pode ser desperdiçado com chororô.

Obviamente um desabafo foi feito logo acima, mas a carga emocional foi leve, sadia e construtiva. Devemos ir, então, em direção ao assunto principal do texto.

Falar mal do Santa Cruz tornou-se algo tão fácil que perdeu-se a graça, são quatro anos de vexames cada vez mais humilhantes, com o cúmulo registrado na Série D de 2009. O “rebaixamento moral” para a “Série E” deveria ter sido a gota d’água para a torcida coral, mas não foi. O último lugar na primeira fase da última divisão brasileira. Será que quem lê essa frase tem a idéia da catástrofe que ela representa na história quase centenária do Santa Cruz? E a culpa é de quem?

É óbvio que foi deixada para o socialista Fernando Bezerra Coelho uma herança maldita. Zé Neves, Romerito Jatobá e Édson Nogueira tiveram gestões financeiramente caóticas, incompetentes e, segundo alguns, suspeitas. A atual gestão de FBC é marcada por um avanço no que toca ao patrimônio maior do clube, logo após sua fiel torcida, o estádio José do Rêgo Maciel. Contudo, a torcida quer muito mais, a torcida merece muito mais.

Ano passado, a aposta no jovem treinador Dado Cavalcanti para ser treinador do clube na Copa Pernambuco gerou bons frutos. O título de um torneio, mesmo sendo semi-profissional, era como um alento para uma torcida tão carente, além de ser uma prova que dado tinha a capacidade de dirigir o grupo. Sua substituição, naquela altura, só seria aceitável se o contratado fosse um nome indiscutivelmente competente, o que não era o caso de Lori Sandri, um treinador com um currículo limitado e com uma filosofia de trabalho notoriamente ultrapassada.

Mas o buraco é mais embaixo. A escolha do presidente por Raimundo Queiroz para diretor remunerado de futebol mostrou-se ser, a cada dia, mais equivocada. Suas “contratações de Série A” vêm decepcionando e a queda de Lori Sandri corroborou com as opiniões de que tanto um quanto o outro eram profissionais abaixo das expectativas do Santa para as suas ambições para este ano.

A campanha Coral no Pernambucano ameaça a sua classificação à Série D, o que seria o maior absurdo da história do Mais Querido, caso ela não venha a ocorrer. Pior, pode acontecer o rebaixamento tricolor para a segunda divisão do Pernambucano. Cena que muitos torcedores prefeririam morrer a ver.

Contratações. É essa a palavra que rege o coro dos que apontam soluções para a situação do Santinha. Mas não é só isso. A curto prazo, contratações são indispensáveis, mas chances devem ser dadas aos jogadores da base. Deve-se haver,dentro do clube, uma mescla entre jogadores de fora, sejam eles experientes ou não, e atletas com uma identificação maior com o clube. O que acontece, ano a ano, é que uma quantidade irracional de atletas é contratada e dispensada enquanto a base é deixada de lado, ora encostados, ora emprestados ou mesmo o pior dos desfechos, dispensados.

O respeito com o atleta que sonha, quando mais novo, em vestir a camisa Coral e ter o seu nome cantado por uma torcida em êxtase num Arruda lotado deveria ser um sentimento prioritário dentro do clube.

Contratações devem ser feitas com três objetivos primordiais. Primeiro, para serem jogadores-chaves dentro das quatro linhas. Segundo, para que sejam objetos de promoção da marca que o clube é, atraindo assim mais receitas. E terceiro, para ajudar na evolução dos atletas da base.

De nada adianta um Ronaldo na equipe quando ele não inspira alguns jogadores ao ponto de serem melhores atletas, que não atraia patrocinadores para o clube e, obviamente, que não seja decisivo em campo.

O Santa Cruz, notoriamente, não tem condições de trazer um Ronaldo. Mas ao trazer jogadores deve se observar se eles são capazes de se encaixarem nos três atributos acima citados, o que não tem sido o caso.

Com Dado Cavalcanti efetivado como treinador, talvez esse respeito com a base possa ser revista e as contratações possam ser mais criteriosas, porém, a verdade é que o Santa precisa de um valor bem mais experiente para os desafios que estão por vir durante o restante da temporada. O Santa Cruz não tem mais o direito de fazer apostas, às vezes o futebol é como o Poker, quando se tem poucas fichas, só se pode apostar tudo e com certeza de que vai ganhar.

A torcida tricolor está cansada de perder tudo.


È Detto!!!

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Para Acabar Com Preconceitos


A Europa nunca foi um lugar onde os treinadores brasileiros foram suficientemente vitoriosos ao assumir grandes clubes, dos cinco últimos treinadores da seleção brasileira, por exemplo, três se aventuraram em potências européias sem sucesso. Eram treinadores badalados e, nos casos de Luis Felipe Scolari e Carlos Alberto Parreira, campeões mundiais com a canarinha.

Na Itália, porém, um fenômeno contrário está acontecendo. O brasileiro Leonardo, depois de um início de trabalho conturbado, vem sendo apontado como um dos responsáveis pelo bom futebol apresentado pelo Milan e, talvez, o maior responsável pela volta das boas atuações de Ronaldinho a serviço da equipe russonera.

É notável, porém, a extrema diferença entre Leonardo e os outros treinadores brasileiro que assumiram clubes Europa afora. Ele tem em si, além de um espírito criativo que é inerente ao povo brasileiro, uma cultura tática e, principalmente, pessoal tipicamente européia.

Comparando-o com um outro treinador que assumiu um dos gigantes Europeus (talvez o maior de todos eles) a afirmação acima fica indubitável. Vanderley Luxemburgo, quando assumiu o Real Madri, não soube se encaixar ao estilo de vida Espanhol, não teve leitura suficientemente boa para perceber as armadilhas que a imprensa de lá iam colocando ao longo do seu caminho como treinador merengue. O resultado foi a ridicularização de seu trabalho e de sua famigerada “filosofia”. Também pudera, ele não dominava nem a língua nem a cultura Espanhola. A demissão era algo inevitável.

Mais recentemente Felipão sofreu de problemas semelhantes à frente do Chelsea, da Inglaterra. O fato de não dominar nem a língua, nem a cultura inglesa o fez cometer erros tanto com a imprensa quanto com o seu grupo de atletas que fizeram, por sua vez, uma competente fritura do campeão mundial de 2002.

Já Leonardo é, praticamente, um deles. Viveu na Europa por mais de dez anos de sua vida, conhece as nuâncias do trabalho na Itália, conhece sua imprensa, seu povo, enfim, sua cultura. Caso não fosse assim, Silvio Berlusconi não teria o indicado para ser, em sua estréia como treinador, comandante de um clube do porte do Milan, o maior campeão europeu da Itália e o segundo maior da Europa.

Não é, entretanto, apenas o fato de ser um cidadão europeu que faz um treinador ultrapassar as turbulências de se dirigir um gigante em má-fase. Taticamente e disciplinarmente Leonardo mostra uma competência, até certo ponto, surpreendente.

Se na parte tática os reposicionamentos de Ronaldinho e Alexandre Pato, juntamente com uma reconfiguração do sistema defensivo (que tornou viável a forma ofensiva de jogar, dando segurança à equipe) foram trunfos do brasileiro, na parte disciplinar ele foi capaz de administrar egos do porte de um Gennaro Gattuso, Andrea Pirlo, Ronaldinho e Cia. Isso foi importantíssimo num momento de crise onde era muito mais fácil livra-se da culpa despejando-a em cima do treinador do que assumi-la coletivamente e trabalhar em conjunto para a correção dos erros cometidos.

Hoje em dia o Milan demonstra um futebol que, se não é de encher os olhos (o que é cobrar demais de uma equipe da Itália), exibe uma beleza à italiana com requintes de futebol brasileiro. O futebol de Ronaldinho vem, gradativamente, voltando a um nível aceitável para o craque que ele é, e o de Alexandre Pato, cada vez mais, amadurecendo. Marco Borriello surgindo como uma boa opção de ataque e o meio-campo, junto com a defesa, evoluindo com o passar das atuações.

Hoje Leonardo vem provando que os treinadores brasileiros podem fazer grandes trabalhos em terras européias.

E que a moda pegue!


È Detto!!!

domingo, 31 de janeiro de 2010

Futebol e Música: Zagueiro



Arrepia, zagueiro... Zagueiro!
Limpa a área, zagueiro... Zagueiro!
Sai jogando, zagueiro... Zagueiro!

Ele é um zagueiro
É o anjo da guarda da defesa
Mas para ser um bom zagueiro
Não pode ser muito sentimental
Tem que ser sutil e elegante
Ter sangue frio, Acreditar em si e ser leal

Zagueiro tem que ser malandro
Quando tiver perigo com a bola no chão
Pensar rápido e rasteiro
Ou sai jogando ou joga bola pro mato
Pois o jogo é de campeonato

Tem que ser ciumento
E ganhar todas as divididas
E não deixar sobras pra ninguém
Tem que ser o rei e o dono da área
Nessa guerra maravilhosa de 90 minutos

De 90 minutos!

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Ressurreição?

E por falar em retorno...


Ele foi o jogador mais espetacular que já vi de perto. Foi, inclusive, o melhor o que vi de longe também! Ronaldinho é um desses jogadores que já estão na galeria dos grandes craques da história do futebol. A queda drástica de seu rendimento retirou a alegria de muitos torcedores mundo afora e abriu espaço para duras, porém justas, críticas. A recente melhora de seu futebol, entretanto, tem levado torcedores ao delírio com a simples esperança de ver a magia de seus tempos de Barcelona encantar os gramados mundo afora.

Mas, até onde irá a evolução do gaúcho? Terá ele capacidade de ser um jogador-chave para o Milan durante toda a temporada? Será ele capaz de ser uma referência para a seleção brasileira na disputa da Copa do Mundo da África do Sul?

Sua evolução é notória, mas, ao meu ver, as pressões pró-convocação são extremamente precipitadas. Ronaldinho só deve ser convocado se tiver condições de, não só ser titular, mas de ser o principal jogador na campanha brasileira rumo ao hexa... o que ainda não é o caso.

No Milan, ele não tem concorrência. A equipe espera por ele, varia o nível de suas atuações junto com ele e tem nele a principal referência no setor ofensivo A seleção nem pode, nem deve esperar. Ela já possui uma base definida, uma forma de jogar sem Ronaldinho que já se mostrou extremamente competitiva, ou melhor, vencedora.

Existe, além do mais, um outro ponto a ser ponderado sobre a evolução desse atleta: ele é um jogador de capacidade e repertório de jogadas tão espetacular que qualquer lampejo de sua genialidade é suficiente para encantar, ao ponto de iludir, até o mais atento dos analistas do esporte bretão. 60% de sua capacidade já o torna um jogador acima da média, mas só após a verificação da regularidade de suas boas atuações poderemos afirmar, com certeza, se ele realmente está de volta, ou não.

Não há dúvidas de que o mundo torce pela recuperação total de Ronaldinho, principalmente num ano de Copa e tendo a lembrança de um mundial de tão baixo nível como foi o da Alemanha. Ronaldinho voltando ao auge e com o foco em redimir-se diante do povo brasileiro pela decepção que foi na Copa passada, será, juntamente com Messi, Ibrahimovic, Cristiano Ronaldo e seu companheiro de seleção, Kaká, uma das grandes atrações do mundial que estar por vir!

O futebol agradece!

È Detto!!!

O Retorno!



No ano de 2006, após a Copa do Mundo da Alemanha, decidi começar a externar na grande rede minhas opiniões em relação aos esportes acerca dos quais não me considerava tão ignorante assim. Nasceu então o “Blog do Guma”, onde escrevi sobre esportes como o automobilismo, tênis e, principalmente, o futebol.

O fato de ter sido um ano de Copa do Mundo com toda a certeza ajudou a predominância futebolística nas temáticas deste blog, porém, a minha paixão pelo esporte e a pretensão de que tenho pontos de vista um pouco mais abrangentes do que a média dos comentaristas brasileiros me fizeram, com o tempo, monopolizar a temática de meus textos. O futebol tornou-se o único assunto e a semente do “Bola Pensante” começou a germinar.

Foram dois anos e meio desde o primeiro artigo até a formulação do BP, nesse tempo, alguns artigos foram publicados em sites especializados, tive a chance de conhecer o futebol de uma forma mais próxima e efetiva, além de ocorrer um amadurecimento enquanto jornalista (sem diploma, lei é lei!) de minha parte.

O início do “Bola pensante” foi marcado pela publicação de alguns textos antigos, intercalados com escritos novos. Infelizmente, fatos lamentáveis ocorreram em minha vida e escrever sobre futebol tornou-se cada vez mais raro até que no dia 13 de maio de 2009 escrevi aquela que seria minha última colaboração ao arquivo BP.

Chegamos a 2010, um ano de Copa do Mundo, o maior evento da terra. Creio que isso seja um bom motivo para voltar a escrever sobre o esporte mais popular do mundo, e é isso que vai acontecer a partir de agora.

Pelas duas mulheres da minha vida, por mim e por você, leitor, que merece ler o melhor que o jornalismo esportivo tem a oferecer em matéria de opinião.

É isso aí... A modéstia desceu pelo ralo.

O Bola Pensante está de volta!!!

È Detto!!!