quinta-feira, 23 de abril de 2009

Gol!


Acontece, apenas acontece, nem sempre acontece...


Gozo, ápice do prazer futebolístico, espera das massas, a tristeza na outra dimensão, no outro pólo da existência futebolística passiva/ativa. Torcida concretizada, amansada com o fulgor, idolatria a rainha que é agredida com chutes, socos e pontapés e que adora isso, não vive sem isso.

O escarro do goleiro batido, o vôo do goleiro favorecido, o carnaval instantâneo, nem a quarta-feira de cinzas é completamente triste, sempre há o outro lado, a outra dimensão, o outro pólo da existência futebolística passiva/ativa. Gol é amor, Gol é ódio, Gol é certidão de nascimento, atestado de óbito, perda de virgindade.

Um Gol existe antes mesmo de se concretizar, existe no mundo das idéias, todos, absolutamente todos os seres humanos já fizeram o seu Gol, metafísico e, invariavelmente, numa final de campeonato, o Gol decisivo. Nada mais emocionante, nada mais indiscutivelmente enlouquecedor, nada mais atestadamente viciante.

Nada mais existe durante um Gol, nem o banho de cerveja, nem o fedor do torcedor suado que te abraça como se fosse alguém intimo (e na verdade ele já o é) nem mesmo o bandeirinha que levanta seu instrumento querendo acabar com a alegria... perdão, ele existe, ele faz com que os segundos de alegria virem xingamentos, explosões de ódio e sentimento de injustiça...

Mas o que caracteriza um gol? E o que o descaracteriza como uma explosão de raiva, alegria paixão e ódio? Sera Ele um estupro ontológico? Uma oração macabra? Algo que acreditamos ser verdade sabendo que esta mentindo? Algo perdido entre a imensidão e a eternidade? Afinal, o que caralhos e um Gol?

Podem me dizer:

(gol (ô) sm (ingl goal) Esp 1 Ponto ou tento, no futebol, pela transposição da bola nas balizas do adversário.)

Mas só sei que Ele acontece, apenas acontece, nem sempre acontece.

Me lembra Deus.


È Detto!!!

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