Acontece, apenas acontece, nem sempre acontece...
Gozo, ápice do prazer futebolístico, espera das massas, a tristeza na outra dimensão, no outro pólo da existência futebolística passiva/ativa. Torcida concretizada, amansada com o fulgor, idolatria a rainha que é agredida com chutes, socos e pontapés e que adora isso, não vive sem isso.
O escarro do goleiro batido, o vôo do goleiro favorecido, o carnaval instantâneo, nem a quarta-feira de cinzas é completamente triste, sempre há o outro lado, a outra dimensão, o outro pólo da existência futebolística passiva/ativa. Gol é amor, Gol é ódio, Gol é certidão de nascimento, atestado de óbito, perda de virgindade.
Um Gol existe antes mesmo de se concretizar, existe no mundo das idéias, todos, absolutamente todos os seres humanos já fizeram o seu Gol, metafísico e, invariavelmente, numa final de campeonato, o Gol decisivo. Nada mais emocionante, nada mais indiscutivelmente enlouquecedor, nada mais atestadamente viciante.
Nada mais existe durante um Gol, nem o banho de cerveja, nem o fedor do torcedor suado que te abraça como se fosse alguém intimo (e na verdade ele já o é) nem mesmo o bandeirinha que levanta seu instrumento querendo acabar com a alegria... perdão, ele existe, ele faz com que os segundos de alegria virem xingamentos, explosões de ódio e sentimento de injustiça...
Mas o que caracteriza um gol? E o que o descaracteriza como uma explosão de raiva, alegria paixão e ódio? Sera Ele um estupro ontológico? Uma oração macabra? Algo que acreditamos ser verdade sabendo que esta mentindo? Algo perdido entre a imensidão e a eternidade? Afinal, o que caralhos e um Gol?
Podem me dizer:
(gol (ô) sm (ingl goal) Esp 1 Ponto ou tento, no futebol, pela transposição da bola nas balizas do adversário.)
Mas só sei que Ele acontece, apenas acontece, nem sempre acontece.
Me lembra Deus.
È Detto!!!
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