Taça Libertadores da América, o sonho de qualquer equipe da América do Sul, certo? Se bem aproveitado, o momento de disputa continental pode render muita visibilidade, enfim, lucros. Sim, "descobriu a América (do Sul)", podem falar aqueles que, assim como eu, gostam de colocar defeito em tudo e em todos. Quero chamar a atenção para uma questão: nos últimos dez anos, cinco equipes brasileiras que participaram do principal torneio das Américas estão, hoje em dia, espalhados pelas séries B, C e, no caso do Paulista de Jundiaí, na série D do Brasil. Aí vem a pergunta que é completamente pertinente (é, eu quase sempre termino minhas introduções com perguntas, coisas de filósofo frustrado): O que o Sport Club do Recife deve fazer para não entrar nesta estatística cruel e impedir a satisfação plena de Tricolores e Alvi-rubros?
"Futebol é planejamento!" Quem nunca ouviu essa frase? Eu vos digo: nada é apenas algo! O planejamento é importante neste momento porém, se, por exemplo, o Sport, no momento em que venceu a Copa do Brasil, voltasse suas ações apenas para o planejamento de 2009, visto que estaria com um ano de grandes receitas garantidas, provávelmente estaria na segunda divisão, e todo o planejamento estaria comprometido. Planejamento é relativo, pois deve ser baseado, inicialmente, no presente e este altera-se o tempo todo.
O Atlético Paranaense fez um gradioso planejamento quando foi a Libertadores após seu título brasileiro, acabou chegando ao vice-campeonato em 2005, perdendo o título para o São Paulo, numa consequencia daquilo que tinha sido planejado em 2000, mas três anos depois estava disputando a sobrevivencia na primeira divisão. Não adianta planejar sem ter poder presente de manobra.
Um goleiro, dois laterais, um volante, um meia e dois atacantes. Todos de alto nível. Isso é o que eu chamo de ação imediata. O Náutico, diante das recentes contratações, me parece com um platel mais bem preparado para disputar a Libertadores do que o próprio Sport. O Homem de referência, de área, que os rubro-negros desejam há tempos, está nos Aflitos, Somália é a contratação dos times pernambucanos que mais me chamou a atenção nos últimos dias. Paulo Baier é um nome de peso, o artilheiro dos pontos corridos, um jogador versátil, de primeira linha, mas não é mais do que a obrigação do Sport trazer um jogador dessa qualidade para a Ilha do Retiro, pois ele é que disputará o maior torneio das Américas e precisa investir de forma pesada em contratações.
O Sport pode ser campeão da Libertadores? Não! Esse é o pensamento que deve se alojar na mente dos torcedores, se por acaso eu queimar minha língua ficarei feliz como poucos, mas a verdade é que uma desclassificação (de forma precoce ou não) de forma alguma seria desmérito por parte do Leão da Ilha, seria normal e não poderia (e não poderá) alterar qualquer tipo de planejamento que, repito, deverá ser de médio a longo prazo, se o Sport não quiser acabar como os exemplos citados no início do artigo, equipes que chegaram a disputar o torneio (no caso do São Caetano, foi derrotado na final contra o Olimpia do Paraguai) e que hoje em dia amargam divisões inferiores no Brasil.
Como o futebol é uma mistura de arte, ciência e crença, que o tripé fundamental do futebol esteja convosco, esquadrão encarnado e preto!
Competência e sorte!
È Detto!!!