quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

A Crise Mundial e o Mercado da Bola

Por: João Paulo Pontes

Famigerada! Esse é, para mim, o melhor adjetivo para a tal crise financeira mundial, em todos os noticiários ela está presente, em todas as rodas de conversa, enfim, ela já faz parte de nosso cotidiano, transformndo paradigmas e prognósticos. Especulações do mundo "sério" à parte, quais serão as consequências dessa crise no mundo do futebol, nas equipes brasileiras e, principalmente, para as comissões organizadoras das próximas Copas?

Na Europa, Cristiano Ronaldo, Kaká, Ibrahimovic, enfim, os principais jogadores do atual panorma mundial, dificilmente serão negociados, salvo algum descontrole financeiro de algum dos clubes proprietários de seus respectivos direitos federativos que os obriguem a se desfazer por um valor bem menor que o de mercado de seus principais jogadores. A verdade é que as abordagens milhonárias serão cada vez mais raras, pelo menos a curto prazo.

Com o consumidor comprando menos, as empresas investem menos em publicidade, os clubes receberão menos dinheiro oriundo de patrocinadores, consequentemente as folhas salariais serão controladas com um pouco mais de dificuldade e os recursos para contratações ficarão mais escassos.

O efeito colateral dessa crise pode ser benéfico para o equilíbrio do futebol. Alguns grandes clubes, na intenção de contratar algum jogador de renome ou mesmo para não ficar no vermelho, terão que se desfazer de atletas considerados de rotação dentro do plantel. Esses deverão ser contratados pelos clubes de médio porte que, por sua vez, também irão vender ou dispensar seus jogadores tidos como reservas que irão, consequentemente, para equipes menores. O maior aproveitamento dos jogadores oriundo das bases dos clubes também será notório.

Como em toda crise há quem perde e quem ganhe, se algum bilhonário estiver ganhando rios de dinheiro com esta crise e quiser dar uma de "mecenas do esporte", a oportunidade é única. Com a deflação mundial, cem milhões de Euros conseguem trazer mais jogadores do que em outras épocas. Comprar uma equipe mediana, investir sua grana em jogadores e proporcionando a ascenção de uma nova potência européia.

Meu espírito de torcedor clama por um desses mecenas no meu querido Nottingham Forest, ou que alguém pague as dívidas da Roma, enfim, pensarei seriamente em apagar esse parágrafo.

Quanto às próximas Copas do Mundo, isso sim me preocupa. Com os investidores não aparecedo com tanta facilidade como em outras épocas, construir estádios mais modernos, adaptar a infra-estrutura das sub-sedes, contratar profissionais para fazer o evento ser viável, enfim, tudo aquilo à organização de um grande evento esportivo, será feito com muita dificuldade e incerteza.

Mas qual seria a saída? Não me refiro à saída da crise, se eu soubesse , não estaria de frente ao computador escrevendo esse artigo, e sim, vendendo o antídoto para o mais novo veneno que o capitalismo injetou em si mesmo, ou seja, ganhando muito, muito dinheiro. O suficiente para construir uma arena em Recife, fazê-la casa do querido América e contratar os principais jogadores do Brasil para fazê-lo campeão da Libertadores e, logo após, Mundial.

Enfim, prolixidade não é mesmo o meu forte, voltemos ao assunto principal.

Melhor, paremos de falar de economia, crise ou inconsistências mundiais...

Para o bem da bola.


È Detto!!!

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