quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Ferenc Purczeld (Nov/2006)



Olá, visitante!

Assim que soube do falecimento de Puskas, resolvi fazer uma singela homenagem em meu antigo Blog, claro que ele merecia bem mais, porém, foi o que pude fazer.


Espero que gostem!




Ferenc Purczeld

Por: João Paulo Pontes



Não, não o vi jogar, vi no máximo gols, jogadas ou mesmo livros sobre a história do futebol ou sobre a história de sua vida. O que sei é que, depois de Maradona, ele foi a melhor perna esquerda que já pisou nos gramados mundiais, um artilheiro nato, mesmo jogando na meia-esquerda, e que soube dar a volta por cima, contra tudo e contra todos. Contra seu então treinador no Real Madri, contra seus críticos, contra seu estado físico e até mesmo contra seu país. 17 de Novembro de 2006, morre Puskas, "O Atirador", "O Major Galopante".

Considerado o maior dos "Mágicos Magiares" como eram chamados os jogadores húngaros da década de 50 que encantaram o mundo com seu futebol alegre, ofensivo e táticamente inovador e que aplicaram goleadas históricas na Inglaterra, em Wembley, impondo assim a primeira derrota daquela seleção em casa para países fora do território britânico, e o impressionante 7x1 em território húngaro. Bozsik, Nandor Hidegkuti e Sandor Kocsis eram outros bons jogadores que atuavam naquela seleção que, por ironia do futebol, perdeu a copa de 54 para a Alemanha, não confirmando o imenso favoritismo dos "Magiares". Em relação a essa partida o próprio Puskas emitiu um comentário que resumiu com perfeição o que aconteceu naquela partida, "Nós jogamos alegremente; eles jogaram para ser campeões", falou o "Major", para o desespero dos defensores do futebol-arte.

O início da história esportiva de Puskas tem influência direta de seu pai, ex-jogador e ex-treinador do Kispest FC, onde ele iniciou sua carreira e logo se tornou titular e capitão. O regime comunista que controlava a Hungria na época impõs, assim como em outros países comunistas, a nacionalização de todas as suas equipes e o Kispest se transformou no Kispest Honved FC se tornando o time do exército húngaro passando a trazer os melhores jogadores húngaros e logo se tornando a base da seleção nacional que foi, em 1952, campeã olimpica.

Porém, a situação política de seu país se agravara, explodia a Revolução Húngara, e boa parte dos jogadores retirariam suas famílias de Budapeste, incluindo Puskas, que logo iria buscar espaço no futebol da Europa Ocidental mas um outro baque em sua carreira aconteceria, uma suspensão de dois anos imposta pela FIFA. Foi quando, na temprada 58/59, o então presidente do Real Madri, o lendário Santiago Bernabeu, decidiu contrata-lo, com idade avançada já para a época, 31 anos, fora de forma, com uma barriga avantajada e sem o apoio do então treinador, Luis Carniglia.

Num trabalho árduo, Puskas perdeu 18 quilos, convenceu seu treinador de que era imprescindível à equipe marcando, logo em sua segunda partida, três gols e repetindo o feito na partida seguinte. Ao lado de Alfredo Di Stéfano e outros grandes craques da época, conquistou de forma avassaladora o título da Copa dos Campeões da Europa em cima do Eintracht Frankfurt por 7x2, quatro de Puskas, três de Di Stéfano. Conquistaria também cinco vezes a Liga Espanhola sendo artilheiro de quatro delas. Um bom exemplo para o nosso Ronaldo...

Como treinador, Puskas chegou a ser vice-campeão europeu pelo Panathinaikos perdendo para o Ajax, chegou a ser também treinador da seleção húngara, mas por pouco tempo...

Sua morte, em decorrência do mal de Alzheimer não é uma perda somente ao futebol e sim à humanidade, pois Puskas foi um exemplo de trabalho, dedicação e genialidade, fez de si um instrumento para a alegria de milhares de espectadores de seus jogos que deliciavam-se vendo-o atuar nos gramados do mundo.

Missão cumprida, Major!


È Detto!!!

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