quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

O Brasil de Parreira e a Copa de 2006 (Fev/2003)

Bola

Olá, Visitante!

Esse artigo foi escrito alguns meses depois da indicação de Carlos Alberto Parreira para o posto de treinador da Seleção Brasileira... acho que vale a pena colocar no Blog!

Quem vive de passado é museu, clube de futebol e Blog também!


O Brasil de Parreira e a Copa de 2006

Por: Joao Paulo Pontes


Desde que recebi a notícia de que Carlos Alberto Parreira seria, novamente, treinador da Seleção, fiquei pensando com meus botões: Qual será a escalação e o esquema tático da Canarinha?

Um treinador que assume a seleção brasileira de futebol pode reclamar de qualquer coisa, de falta de organização da CBF, da falta de planejamento e intromissões por parte da direção de entidade, dos problemas em se convocar jogadores que jogam no exterior, entre outras coisas, porém, reclamar de ausência de material humano (desde os jogadores à comissão técnica) para se trabalhar é inadimissível! Parreira já "abriu o bocão", reclamando da falta de bons zagueiros, mas a verdade é que tanto ele quanto o Mestre Zagallo têm condições de impôr qualquer espécie de sistema tático ou filosofia de trabalho, haja visto o calibre dos atletas que eles têm à disposição.

O problema do excesso é que leva à dúvida: com a quantidade e a qualidade que possue o Brasil, qual é a melhor forma de se trazer o Hexa da Alemanha? Existe a possibilidade da utlização, por parte de Parreira, de algo parecido com o esquema utilizado por ele no Corinthians, o 4-3-3, ou mesmo o tradicional 4-4-2, sistema utilizado por ele em 94, criticado mas vencedor. Vale a pena analisar os jogadores que se encaixam em cada um dos sistemas sugeridos (neste caso, por mim).

Iniciando pela base de qualquer equipe vencedora: A defesa! Observamos que o goleiro, a princípio, vai jogar no gol... piada infâme! Caso Rogério Ceni seja escolhido (de forma merecidíssima) esta rotina poderá ser, em alguns momentos, alterada. Além de ser um ótimo goleiro (um nome que eu defendo desde a Copa de 2002), sabe jogar de líbero, faz lançamentos precisos, comanda uma defesa como ninguém e, de lambuja, é um exímio cobrador de faltas. Se essas qualidades não forem suficientes para Carlos Alberto Parreira, Dida e Marcos estarão à disposição, quem sabe o jovem Júlio César também não brigue por essa vaga.

Na famigerada zaga, a opção deve ser mesmo por dois zagueiros, Lúcio e Roque Júnior fizeram um bom mundial, porém a atual fase do ex-palmeirense pode acabar não o credenciando à mais uma Copa do Mundo. Edmílson é, senão um titular não só em potêncial, o reserva imediato. Juan pode também aparecer nessa lista, mas a falta de um zagueiro canhoto é uma preocupação que o treinador brasileiro deve ter na cabeça.

Nas laterais, Cafu é o maior candidato à disputa de mais um mundial ocupando o lado direito, talvez por falta de concorrência no mesmo nível, talvez pela experiência que o capitão do penta possue. Neste momento consigo apenas ver Belletti e, talvez num futuro próximo, Mancini como substitutos do jogador do Milan. Na esquerda, Roberto Carlos deverá também disputar mais uma Copa, vai depender muito de seu estado físico. Se não for o caso, Júnior e Fábio Aurélio podem ser colocados na posição.

Parreira tem muitas boas opções de volantes. Considero Gilberto Silva, atualmente, sendo um dos três melhores volantes do mundo. Émerson poderia ser um ótimo parceiro, mas vejo na equipe do Santos uma dupla promissora: Paulo Almeida e Renato. Enquanto o primeiro é firme e viril, o segundo é muito bom na cobertura e entra limpo nas jogadas, além de ter um ótimo passe... Paulo Almeida talvez esteja se beneficiando por jogar ao lado de um outro atleta tão diferenciado técnicamente, mas o fato é que um é o inverso do outro e se completam, assim como o Ing-Yang.

Agora começam as verdadeiras dúvidas de Parreira: Usar um 4-4-2 ou um 4-3-3? Que jogadores utilizar? O meio-campo ofensivo e o ataque irão delinear os planos do treinador brasileiro. Optando pelo 4-4-2, Parreira deverá utilizar mais um volante com uma saída de jogo razoável, Zé Roberto (queridinho de Zagallo) será figura certa no time titular, faz uma marcação razoável, tem um ótimo poder criativo e é canhoto, característica em falta no atual futebol brasileiro. Juninho Pernambucano vem comendo a bola no Lyon da França e pode também ser uma boa opção para essa posição, ou mesmo fazendo dupla com Zé Roberto tendo Gilberto Silva como único volante. Essa configuração tática pode também ser usada caso Parreira queira usar três atacantes que no caso poderiam ser Ronaldinho (pela esquerda), Kaká (pela direita) e Ronaldo como centroavante. Diego e Robinho podem fazer parte do time titular se evoluírem técnica, física (mais para o caso de Robinho) e táticamente. Se a opção for por dois meias e dois atacantes, Kaká, Ronaldinho, Robinho e Ronaldo será o quadrado ofensivo do Brasil. Rivaldo, se estiver em forma, ocupará, com facilidade, a posição de Robinho, mas já está com a idade avançada e não creio que ele tenha físico para tal.

Meu time seria: Rogério Ceni; Cafu, Lúcio, Edmilson e Roberto Carlos; Gilberto Silva, Juninho Pernambucano e Zé Roberto; Kaká, Ronaldinho e Ronaldo. Um 4-3-3 letal!

É inegável que para todas as posições, Parreira tem jogadores de alto nível, mas aquele discurso de que o Brasil teria de três a quatro seleções capazes de disputar uma Copa do Mundo há tempos não faz mais sentido. Fica a torcida para que Carlos Alberto Parreira e Mario Jorge Lobo Zagallo reeditem o resultado de 94, com menos retranca e menos sofrimento também!


È Detto!!!

Nenhum comentário: