sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Para que não seja a LibertaDORES!!!

Por: João Paulo Pontes

Taça Libertadores da América, o sonho de qualquer equipe da América do Sul, certo? Se bem aproveitado, o momento de disputa continental pode render muita visibilidade, enfim, lucros. Sim, "descobriu a América (do Sul)", podem falar aqueles que, assim como eu, gostam de colocar defeito em tudo e em todos. Quero chamar a atenção para uma questão: nos últimos dez anos, cinco equipes brasileiras que participaram do principal torneio das Américas estão, hoje em dia, espalhados pelas séries B, C e, no caso do Paulista de Jundiaí, na série D do Brasil. Aí vem a pergunta que é completamente pertinente (é, eu quase sempre termino minhas introduções com perguntas, coisas de filósofo frustrado): O que o Sport Club do Recife deve fazer para não entrar nesta estatística cruel e impedir a satisfação plena de Tricolores e Alvi-rubros?

"Futebol é planejamento!" Quem nunca ouviu essa frase? Eu vos digo: nada é apenas algo! O planejamento é importante neste momento porém, se, por exemplo, o Sport, no momento em que venceu a Copa do Brasil, voltasse suas ações apenas para o planejamento de 2009, visto que estaria com um ano de grandes receitas garantidas, provávelmente estaria na segunda divisão, e todo o planejamento estaria comprometido. Planejamento é relativo, pois deve ser baseado, inicialmente, no presente e este altera-se o tempo todo.

O Atlético Paranaense fez um gradioso planejamento quando foi a Libertadores após seu título brasileiro, acabou chegando ao vice-campeonato em 2005, perdendo o título para o São Paulo, numa consequencia daquilo que tinha sido planejado em 2000, mas três anos depois estava disputando a sobrevivencia na primeira divisão. Não adianta planejar sem ter poder presente de manobra.

Um goleiro, dois laterais, um volante, um meia e dois atacantes. Todos de alto nível. Isso é o que eu chamo de ação imediata. O Náutico, diante das recentes contratações, me parece com um platel mais bem preparado para disputar a Libertadores do que o próprio Sport. O Homem de referência, de área, que os rubro-negros desejam há tempos, está nos Aflitos, Somália é a contratação dos times pernambucanos que mais me chamou a atenção nos últimos dias. Paulo Baier é um nome de peso, o artilheiro dos pontos corridos, um jogador versátil, de primeira linha, mas não é mais do que a obrigação do Sport trazer um jogador dessa qualidade para a Ilha do Retiro, pois ele é que disputará o maior torneio das Américas e precisa investir de forma pesada em contratações.

O Sport pode ser campeão da Libertadores? Não! Esse é o pensamento que deve se alojar na mente dos torcedores, se por acaso eu queimar minha língua ficarei feliz como poucos, mas a verdade é que uma desclassificação (de forma precoce ou não) de forma alguma seria desmérito por parte do Leão da Ilha, seria normal e não poderia (e não poderá) alterar qualquer tipo de planejamento que, repito, deverá ser de médio a longo prazo, se o Sport não quiser acabar como os exemplos citados no início do artigo, equipes que chegaram a disputar o torneio (no caso do São Caetano, foi derrotado na final contra o Olimpia do Paraguai) e que hoje em dia amargam divisões inferiores no Brasil.

Como o futebol é uma mistura de arte, ciência e crença, que o tripé fundamental do futebol esteja convosco, esquadrão encarnado e preto!

Competência e sorte!


È Detto!!!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

A Crise Mundial e o Mercado da Bola

Por: João Paulo Pontes

Famigerada! Esse é, para mim, o melhor adjetivo para a tal crise financeira mundial, em todos os noticiários ela está presente, em todas as rodas de conversa, enfim, ela já faz parte de nosso cotidiano, transformndo paradigmas e prognósticos. Especulações do mundo "sério" à parte, quais serão as consequências dessa crise no mundo do futebol, nas equipes brasileiras e, principalmente, para as comissões organizadoras das próximas Copas?

Na Europa, Cristiano Ronaldo, Kaká, Ibrahimovic, enfim, os principais jogadores do atual panorma mundial, dificilmente serão negociados, salvo algum descontrole financeiro de algum dos clubes proprietários de seus respectivos direitos federativos que os obriguem a se desfazer por um valor bem menor que o de mercado de seus principais jogadores. A verdade é que as abordagens milhonárias serão cada vez mais raras, pelo menos a curto prazo.

Com o consumidor comprando menos, as empresas investem menos em publicidade, os clubes receberão menos dinheiro oriundo de patrocinadores, consequentemente as folhas salariais serão controladas com um pouco mais de dificuldade e os recursos para contratações ficarão mais escassos.

O efeito colateral dessa crise pode ser benéfico para o equilíbrio do futebol. Alguns grandes clubes, na intenção de contratar algum jogador de renome ou mesmo para não ficar no vermelho, terão que se desfazer de atletas considerados de rotação dentro do plantel. Esses deverão ser contratados pelos clubes de médio porte que, por sua vez, também irão vender ou dispensar seus jogadores tidos como reservas que irão, consequentemente, para equipes menores. O maior aproveitamento dos jogadores oriundo das bases dos clubes também será notório.

Como em toda crise há quem perde e quem ganhe, se algum bilhonário estiver ganhando rios de dinheiro com esta crise e quiser dar uma de "mecenas do esporte", a oportunidade é única. Com a deflação mundial, cem milhões de Euros conseguem trazer mais jogadores do que em outras épocas. Comprar uma equipe mediana, investir sua grana em jogadores e proporcionando a ascenção de uma nova potência européia.

Meu espírito de torcedor clama por um desses mecenas no meu querido Nottingham Forest, ou que alguém pague as dívidas da Roma, enfim, pensarei seriamente em apagar esse parágrafo.

Quanto às próximas Copas do Mundo, isso sim me preocupa. Com os investidores não aparecedo com tanta facilidade como em outras épocas, construir estádios mais modernos, adaptar a infra-estrutura das sub-sedes, contratar profissionais para fazer o evento ser viável, enfim, tudo aquilo à organização de um grande evento esportivo, será feito com muita dificuldade e incerteza.

Mas qual seria a saída? Não me refiro à saída da crise, se eu soubesse , não estaria de frente ao computador escrevendo esse artigo, e sim, vendendo o antídoto para o mais novo veneno que o capitalismo injetou em si mesmo, ou seja, ganhando muito, muito dinheiro. O suficiente para construir uma arena em Recife, fazê-la casa do querido América e contratar os principais jogadores do Brasil para fazê-lo campeão da Libertadores e, logo após, Mundial.

Enfim, prolixidade não é mesmo o meu forte, voltemos ao assunto principal.

Melhor, paremos de falar de economia, crise ou inconsistências mundiais...

Para o bem da bola.


È Detto!!!

Like a Virgin!

Por: João Paulo Pontes


São Paulo, Campeão! Frase que, se fosse proferida no início do campeonato brasileiro, não soaria absurda. O contrário se daria se esta afirmação fosse dada no meio da disputa, quando o tricolor paulista estava a anos-luz do, até então líder, Grêmio.

Serei sincero, antes do início do brasileirão eu apostava minhas fichas (metafísicas) em duas equipes: o Palmeiras, de Luxemburgo e o Flamengo, de Caio Júnior.
Sim, fui tido como um opinador comum, no máximo criticado por alguns que explicitavam o São Paulo como favorito. Meu contra-argumento baseava-se em dizer que a equipe de Muricy Ramalho não tinha mais alma, estava sem brilho, enfim, não podia mais chama-la de equipe.

Sem dúvidas, isso era a mais pura realidade, as principais peças da equipe já não atuavam como no ano anterior, a opção de trazer um atleta de como Adriano e jogar em função dele alterou a forma de jogar do São Paulo, que se desfez daquilo que o havia levado ao sucesso: o jogo coletivo. Com a saída de Adriano, a equipe de Muricy ficou como um cachorro sem dono, sem referência. Era preciso reestruturar o plantel, sua forma de jogar e, nesse caso, o mais importante, os espíritos de cada um dos jogador que ainda estavam se recuperando do grande golpe que foi perder, de forma tão precoce, a chance de ser novamente campeão das américas e, consequentemente, perder a possibilidade de ser tetra no mundial.

Com todo o respeito, mas se o treinador da equipe fosse um Oswaldo de Oliveira, Levir Culpi, Celso Roth, Geninho ou qualquer um desses treinadores medianos do nosso futebol, o São Paulo sequer estaria classificado para a Copa Sul-Americana.

A questão é que a equipe do Morumbi tem um profissional de ponta em seu comando. Muricy Ramalho é, sem dúvida, o maior responsável pela recuperação tricolor. Soube estimular o grupo, usou e abusou das advertências, sejam elas individuais ou coletivas. Soube também reorganizar taticamente sua equipe, soube indicar os jogadores certos para as posições carentes e, acima de tudo, assumiu o risco de fracassar num clube onde sempre foi vitorioso, coisas que poucos treinadores fazem.

Mas voltando à instancia dos palpites, dei o meu, num bolão entre amigos, quando o São Paulo estava a onze pontos do líder (na época, o Grêmio). Fui taxado de louco. A verdade era que, do jeito que o tricolor jogava, em pouco tempo brigaria pela ponta da tabela, via-se novamente uma equipe com alma, com vontade e jogando de forma coletiva, sem estrelas.
É claro que há um desmérito por parte de Grêmio, Palmeiras, Flamengo e Cruzeiro, que perderam pontos fáceis e deram chances aos comandados de Muricy, mas numa disputa longa como esta não basta acertar muito, vence também quem erra menos e o São Paulo errou mais do que em 2007, mas o suficiente para ser campeão. Agradecimentos dirigidos para Celso Roth não seriam injustos, visto a incompetência de se perder um campeonato tão ganho quanto este.

Nem mesmo o pseudo-escândalo dos ingressos do show de Madonna ofuscaria, caso fosse realmente obra da diretoria sãopaulina, o brilho da virada tricolor em 2008.
Podemos dizer, enfim, que pela dificuldade que teve para ganhar este título, o torcedor do São Paulo sentiu um gosto especial, não igual a uma primeira vez, a um desbravamento, digamos que, desta vez, foi mais trabalhoso e, consequentemente, gostoso despir e conquistar esta tão desejada taça nacional.

A Madonna que me perdoe, mas o melhor show do Brasil em 2008 foi o do São Paulo.



È Detto!!!

sábado, 6 de dezembro de 2008

Apologia de Dunga (Out/2008)

Olá, visitantes!
Este será o meu último artigo antigo e a partir de agora só publicarei textos inéditos! Esta foi uma singela defesa ao atual treinador da Seleção Brasileira, o capitão Dunga!


Apologia de Dunga
Por: João Paulo Pontes
Cidadãos brasileiros, vós que, incessantemente, pregais em favor de retirar-me da posição que atualmente ocupo, o de treinador da seleção brasileira de futebol, deveis escutar o que eu, Dunga, filho de Edelceu Verri, vos digo em minha defesa.

Vós acusais-me, em primeiro lugar, de não ter a devida experiência que legitimaria a escolha da minha pessoa para um cargo tão importante. Respondo-lhes usando o exemplo de outra equipe que também foi campeã mundial por mais de uma oportunidade que também escolheu um treinador sem experiência para assumir o mesmo cargo que ocupo: Jürgen Klinsmann, filho de Siegfried Klinsmann.

O povo alemão também o acusou daquilo que vós, povo brasileiro, me acusais. Impôs-lhe as mesmas pressões que vós me impuserdes. Ao fim do seu trabalho, viu-se que ele desempenhara sua função de forma, senão primorosa, satisfatória.

Não vos digo que repetirei, ou mesmo superarei os feitos do exemplo que acabo de citar. Apenas que, se o problema para vós é a falta de experiência em relação ao devido cargo, o trabalho feito na seleção alemã põe abaixo todo e qualquer argumento que parta apenas desta premissa.

Brasileiros, vós me acusais também de ter o defeito da incompetência. Vos digo: não há aquele que tenha passado pelo meu cargo que não ouvira, oriundo de vós, alcunhas sinônimas à asno. Retruco, assumindo minhas falhas, mas não cedendo às pressões internas e externas. Há os que julgam meu trabalho realizado até aqui como insuficientemente bom, a estes vos digo: fui campeão continental com uma equipe de reservas em cima da, talvez, melhor equipe do mundo atualmente. Podem creditar à sorte esse feito e alegarem que fui derrotado nas olimpíadas, mas aquele que mais está interessado pelo meu cargo, quando teve a sua chance, não conseguiu sequer chegar à semifinal olímpica com uma equipe infinitamente superior à minha e, na altura em que estamos nas eliminatórias, estava numa posição inferior àquela que estamos atualmente.

A falta de uma atitude em termos da renovação de meu grupo também vos é citada aos quatro ventos, cidadãos brasileiros. Defendo-me usando outro exemplo, desta vez brasileiro: Émerson Leão.

Lembrais-vos da época em que o ex-goleiro esteve em meu cargo, e, ao tentar renovar o seu grupo, foi execrado e afastado do lugar que ocupara por alguns maus resultados. É interessante lembrais-vos que aqueles que tinham sido chamados por ele, foram campeões mundiais na Copa do Mundo seguinte e foram titulares no último torneio.

Para todos aqueles que julgam ainda como ruim o resultado do meu trabalho, peço-lhes que o comparem com o de alguns de meus antecessores. Mas se ainda assim meu afastamento for inevitável, se fizerdes isso, terei de vós o que é justo, eu e meus filhos (principalmente minha filha, que me fez esta camisa ridícula).

Mas já é hora de irmos: eu para a rua e vós para o viverdes. Mas, quem vai para a melhor sorte, isso é segredo. Exceto para Deus.


È Detto!!!

(Baseado no diálogo Apologia de Sócrates, de Platão.)

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Receitas ou Títulos? (Mar/2007)



Olá visitantes!

Essa foi uma breve análise acerca de um Real Madri que só fazia gastar dinheiro e não ganhava nada! Hoje em dia as coisas não mudaram muito, mas melhorou um pouco, não podemos negar!




Receitas ou Títulos?

Por: João Paulo Pontes



No último ano, o Real Madri foi a equipe que mais ganhou dinheiro no mundo, mesmo com o jejum de quatro anos sem títulos importantes e sendo um dos clubes que mais investe na contratação de jogadores. Esse é o resultado da filosofia imposta pelo então presidente Florentino Pérez: a de fazer do Real uma verdadeira galáxia, para render dinheiro e, se possível, títulos.

Essa forma de administrar um clube é bem sucedida quando é feito o investimento nas categorias de base permite a perpetuação do lucro formando-se craques em casa e, principalmente para os torcedores, quando os títulos vêm. O investimento nas categorias de base do Real Madri são inegáveis, porém não há a valorização por parte da diretoria na inclusão destes atletas na equipe principal, visto que a prioridade é contratar jogadores já prontos, com renome internacional e que atraia mais patrocinadores... Guti, Raúl e Casillas são exceções e o próprio Guti só veio se firmar como figura constante entre os titulares beirando os 30 anos e apenas com a saída de Zidane.

Mas e os títulos? Grandes jogadores não deveriam montar grandes equipes? Quando contratados para as posições certas, provavelmente! O qua acontece no Real em sua política de contratações é que os jogadores não chegam para as posições carentes, e sim para o marketing do clube. A chegada de Beckham soi um exemplo disso, pois o Real já contava com Figo para a posição e Beckham foi improvisado como segundo volante, enquanto na época o real tinha sérios problemas na lateral-direita, na zaga e precisava de um bom volante. Essa sobreposição aconteceu também entre os atacantes quando chegaram, num só ano, Júlio Baptista (que se destacou no Sevilla como atacante),Cassano e Robinho quando já se tinha Ronaldo, Raúl, Morientes e Owen, os dois últimos acabaram sendo negociados e os contratados não corresponderam.

Com a saída de Pérez na presidência e, após um tempo, a chegada de Capello para o comando técnico essa filosofia de trabalho se alterou um pouco, ao invés de jogadores badalados, foram contratados jovens jogadores, como Gago e Higuaín e Reyes, e jogadores experiêntes para as posições certas, como Canavarro e Emerson. A equipe não vence, isso é verdade, mas as saídas de Ronaldo e Beckham demonstram que a filosofia de trabalho está mudando aos poucos, considero Beckham um ótimo jogador de ponta, cruza muito bem a bola, bate precisamente faltas, porém nunca foi um jogador para definir partidas. Ronaldo, sim, porém não existia mais clima entre ele e a torcida merengue e, para piorar, Ronaldo não via mais desafios no futebol espanhol e seu peso é consequência disso. No futebol italiano ele terá um desafio: apagar a má impressão deixada em sua passagem pela Inter e "queimar a língua" de Fabio Capello.

Mas, se atendo mais na política de administração do Real, essa filosofia de trabalho atende às necessidades de curto e médio prazo, porém, o risco de, com a ausência de títulos ao longo dos anos, a torcida diminuir e a atenção mundial também deve alertar os administradores, pois um prejuízo à longo prazo pode comprometer todo o futuro do clube mais famoso do mundo.

Quanto ao Brasil, estamos tão atrasados que nem esses problemas temos.



È Detto!!!

Ele Voltou? (Mar/2007)

Olá, Visitantes!

2007 foi o ano do ressurgimento de uma grande promessa: Diego, ex-Santos! Rejeitado pelo Porto (o que não é de Caruaru), foi vendido ao Werder Bremen, se adaptou ao futebol local e logo se tornou o principal jogador do time. Achei por bem fazer meu comentário em forma de artigo acerca do meu sentimento em relação a isso.

Ele Voltou?

Por: João Paulo Pontes

Quando apareceu para o futebol, no Santos, Diego foi considerado um craque precoce ao lado de Robinho, mas sua ida para o futebol europeu não foi tão bem sucedida assim no Porto de onde arrumou problemas, deixou seu rendimento dentro de campo cair, foi afastado do grupo e logo negociado com o Werder Bremen. Porém a ida para a Alemanha parece estar fazendo muito bem a ele. Estará de volta o Diego que encantou o Brasil?


Nesse começo de temporada o rendimento que Diego tem demonstrado, é mais que surpreendente, é magnificamente incomum, principalmente tratando-se de um atleta saído de Portugal, onde o estilo de jogo é bem mais solto do que o estilo alemão e, acima de tudo, isso tendo em vista o futebol que ele vinha apresentando no Porto, lerdo e ineficaz. Mas quais são os fatores preponderantes nesse desempenho do brasileiro?


O primeiro e, para mim, prepoderante é o fator ambiente de trabalho. Ao chegar no Porto, Diego era considerado o substituto natural de Deco, principal nome das gloriosas campanhas que renderam ao clube dois campeonatos nacionais, uma Copa da UEFA e uma Champions League. Como já vimos no mundo do futebol, toda espectativa exagerada se tranforma em pressão exarcerbada, o que atrapalha a adaptação do atleta tanto ao estilo de jogo da equipe, quanto ao seu comportamento fora de campo.


Sinceramente, quando fiquei sabendo da contratação de Diego e Luís Fabiano por parte do Porto acreditei num bi-campeonato europeu, mesmo com a saída de Deco e outros jogadores, Diego, para mim, era muito melhor que Deco. Em contrapartida o ex-santista era muito precoce e ligado aos costumes do brasil e sua vida em Santos, onde já tinha mostrado o suficiente pra ser considerado craque e ídolo. Para piorar seu último treinador não gostava dele o que fez seu ambiente de trabalho ficar insuportável.


Sua chegada na Alemanha já foi diferente, ele foi contratado como uma estrela brasileira que ainda não havia se adaptado ao futebol europeu, consequentemente a pressão não era a de uma grande contratação e sim de um jogador contratado para compôr plantel. O resultado disso tudo é a maior motivação e, consequentemente, o bom rendimento de Diego logo na chegada ao Werder Bremen que justificou seu retorno à Seleção Brasileira.


Um outro fator é o que diz respeito ao grupo de jogadores que já estavam no clube alemão, que são, em sua maioria, jogadores de qualidade como o meia Torsten Frings, que é o maestro da equipe e dá equilíbrio e criatividade ao meio-campo do Werder Bremen, o zagueiro brasileiro Naldo que além de ser seguro na defesa auxilia o ataque com seus gols de cabeça e de falta e o artilheiro Miroslav Klose. Em suma é uma equipe equilibrada e eficiente, o que favorece a entrada de qualquer jogador, desde que este tenha qualidade.


Mas como? Logo na Alemanha? Um país frio, de estilo de jogo pouco criativo, onde a força física prevalece em detrimento ao talento? Como Diego foi se adaptar tão rápido? São perguntas difíceis de se responder, digo até impossíveis por se tratar de futebol, a arte onde as situações podem ser planejadas mas nunca previstas, onde o improvável está à espreita para aprontar mais uma peça, e que a volta de Diego seja mais uma boa peça e que ele ajude sua equipe e a Seleção Brasileira a conquistar títulos, a fazer feliz pessoas apaixonadas pelo bom futebol.



È Detto!!!

O Encanto Acabou??? (Out/2006)

Olá, Visitantes!


Depois da Copa do Mundo da Alemanha, as críticas em cima de Ronaldinho foram bem maiores do que em relação ao resto do time. Também pudera, ele tinha sido eleito o melhor do mundo com folgas e era o principal candidato a melhor jogador da Copa. Enfim, achei justo analisar e dividir minha opinião.


O Encanto Acabou?

Por: João Paulo Pontes



Desde a Copa do Mundo da Alemanha as atuações de Ronaldinho não têm sido iguais as dos três ultimos anos. O motivo muitos cogitam, mas não vejo uma explicação lógica, não que dentro da perpectiva lógica se encontre respostas para uma má ou boa atuação dos jogadores... enquanto escrevo vou refetindo acerca dos motivos para o que acontece com o (mesmo assim) melhor jogador do mundo.

Durante a Copa de 2002, Ronaldinho era atleta do PSG, cobiçado pelos maiores clubes da Europa, entre eles Manchester, Real Madri e Barcelona. O clube catalão obteve a preferência, senão financeira, sentimental da parte do atleta brasileiro, talvez por ter visto os maiores jogadores brasileiros dos ultimos tempos brilharem com a camisa do Barça. Mas voltemos à Copa do Japão e da Coréia. Existia uma pressão enrome em cima de Rivaldo, até então craque do Barcelona, pois alguns jornalistas, do alto de sua onisciência, julgavam o seu futebol na Seleção Brasileira inferior ao apresentado na equipe catalã. O resultado foi que Rivaldo foi decisivo na Copa enquanto Ronaldinho deixou à desejar (com exceção ao jogo contra a Inglaterra) mas o Brasil foi campeão e as atuações regulares de Ronaldinho não foram repercutidas depois do torneio que teve tranquilidade para trabalhar em prol de sua carreira, dessa vez no seu novo clube, o Barcelona.

Quando chegou ao Barça, Ronaldinho encontrou uma equipe em crise, tanto financeira quanto de resultados, a equipe não vencia e no ano anterior tinha ficado fora da Champions League, o que atrapalhou muito no equilíbrio financeiro e no planejamento do ano corrente. Ele chegou como um santo remédio, se destacando já nas primeiras partidas e com o tempo se firmando como o craque da equipe e o preferido dos adeptos. Depois de algum tempo Ronaldinho levara o Barcelona ao improvável vice-campeonato da Liga espanhola depois de encontrar a equipe fora da zona de classificação para as competições européias. Nascia o novo rei de Barcelona.

Nas temporadas seguintes seu rendimento aumentaria (com o perdão da redundância) mais e mais, ele seria eleito melhor jogador do mundo por duas vezes consecutivas e chegaria até à conquista da Liga espanhola e da Uefa, mas suas atuações na Seleção não eram dignas do melhor do mundo. Primeiro alegava-se que no Barcelona ele jogava de atacante e na Seleção como Meia, o então treinador Carlos Alberto Parreira decidiu que iria dar toda a liberdade para o craque, o fez dupla ora com Ronaldo, ora com Robinho e finalmente com Adriano, seu rendimento não crescia e as críticas voltavam.

Em relação à seleção eu observava que o posicionamento de Ronaldinho era completamente diferente do que ele tinha (e continua tendo) no Barcelona, visto que mesmo posicionado pelo lado esquerdo de campo ele tinha que acompanhar as subidas dos laterais, diferentemente (talvez pela falta de um treinador de visão) da sua forma de jogar no Barça, quando ele se aproveitava dessa liberdade para fintar um, dois ou até três defensores e fazer a assistência ou mesmo o gol, e por mais que o treinador Parreira desse liberdade para o jogador, a falta de compactação da equipe fazia com que Ronaldinho voltasse para recompor.

Na Copa, pela pressão pró "quadrado mágico" (termo usado pelo pseudo-gênio do entendimento futebolístico de nome Galvão Bueno), Ronaldinho foi completamente sacrificado, exercendo a função de articulador de um ataque lento e sem movimentação. Se já não bastasse a marcação que um jogador de sua habilidade receberia naturalmente, Parreira ofereceu aos adversários uma maneira mais fácil ainda de anular Ronaldinho, colocando-o mais recuado, impossibilitando as jogadas de ataque.

Como todo o brasileiro, eu tinha meu sistema de jogo e escalação para a seleção de 2006. O sistema era o 4-3-3 no estilo holandês, ou como o Barcelona joga para ficar mais fácil. A escalação seria: Rogério Ceni no gol, Cicinho e Roberto Carlos nas laterais, Lúcio e Juan na zaga, Gilberto Silva como o Volante central, Juninho Pernambucano e Zé Roberto como médios centrais, Ronaldnho e Kaká como pontas pela esquerda e direita, respectivamente e Adriano como atacante pelo centro. Modéstia à parte, com essa formatação tática Ronaldinho teria a liberdade necessária e o Brasil, provávelmente seria hexa-campeão mundial.

Mas, voltando ao futebol de Ronaldinho. Ao contrário do que aconteceu em 2002, quando ele não foi bem na copa mas o Brasil foi campeão, a Seleção Canarinho não conquistou o título e ele, a maior esperança brasileira, decepcionou, Não só pela disposição tática da equipe, mas pelo seu comportamento apático dentro de campo, e em sua volta ao Barcelona, ele tem alternado boas e más atuações, talvez pela pressão que a derrota de uma seleção com um favoritismo nunca antes visto para um mundial pode acarretar.

A explicação para a má fase no Barcelona eu vejo em uma mistura de fatores. Primeiro, a pressão pela perda do mundial e pelo seu fraco desempenho na Seleção Brasileira. Segundo, a disposição de absolutamente todos os bons treinadores do mundo em marca-lo de forma eficaz e definitiva, se necessário de forma ríspida, mesmo desguarnecendo outros setores do campo. Terceiro, a perda temporária de seu principal companheiro no ataque catalão, Samuel Eto'o, que, além de se movimentar muito e facilitar o trabalho de Ronaldinho, fazia o rodízio de posicionamento entre ataque pelo meio e a ponta-esquerda.

Essas são, pra mim, as explicações lógicas da má fase de Ronaldinho, não que exista lógica no desmpenho esportivo, existe sim espectativa diante do trabalho realizado de forma boa ou ruim, mas nada que vá garantir um título ou bons jogos, visto que do outro lado sempre existirão onze homens, talvez com salários menores, com preparação não tão adequada, com condições de trabalho ou de vida piores, mas sempre onze homens, e os homens são supreendentes em seu poder de superar seus limites e fazer o improvável.

De Ronaldinho não se espera a superação dos próprios limites, nem mesmo que ele faça o improvável, ele já supera os limites dos homens em sua normalidade e já faz o improvável de forma tão natural que chega a ser totalmente previsível. Espera-se dele a normalidade, o Ronaldinho dos bons tempos, o mágico, o craque.



È Detto!!!

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Futebol & Football: "Futebóis" tão diferentes assim? (Nov/2006)

Olá, Visitante!

Sim, sou fã do futebol com as mãos. Resolvi então fazer uma comparação com o futebol com os pés... não que no futebol com as mãos não se use os pés nem que no futebol com os pés não se use as mãos!

Enfim, é isso aí!


Futebol & Football: "Futebóis" Tão Diferentes Assim?

Por: João Paulo Pontes


Certa vez ouvi uma frase de um treinador de futebol americano: "As defesas ganham as partidas, os ataques vendem ingressos e os chutadores vencem os campeonatos." Pensei então se essas frase se tratava exclusivamente ao futebol americano. Poderia sim se tratar apenas disso, julgando a intenção do treinador, mas essa frase se aplica à alguns outros esportes, inclusive (e, para mim, principalmente) ao futebol. Soccer, para eles.


Para quem não acompanha o futebol americano, vou fazer um breve resumo acerca dos detalhes que importarão nesse artigo. Cada equipe vai para o jogo com três times. O do ataque, o da defesa e o de especialistas. O ataque entra em campo, obviamente, quando se tem a posse de bola. A defesa, consequentemente, quando a posse é do adversário. Já os especialistas em momentos como o do ponto extra, após a marcação de um TD (touchdown), nas devoluções de posse de bola e nos Field Goals. Essa mudança de atletas é permitida pelas regras, visto que as substituíções são livres desde que a jogada não esteja em andamento.

Se formos comparar com o futebol (soccer) a diferença está apenas na não substituição dos atletas, pois a defesa começa no primeiro atacante e o ataque perpassa pela equipe toda chegando até mesmo no goleiro em certas ocasiões. Já o time de especialistas seriam os participantes das jogadas de bola parada, desde os batedores até os finalizadores.

A evolução do futebol em poucos momentos consistiu em como atacar melhor e sim em como não ser agredido de forma fatal. A forma de se impedir esses avanços foram ora posicionando mais jogadores, ora aumentando a ríspidez dos desarmes, a invenção dos cartões foi uma forma de intervir contra esse defensivismo, mas a passividade dos árbitros em relação à violencia impede a solução efetiva dessa questão, visto que certas jogadas lembram realmente lances de futebol americano devido a semelhança com algumas artes marciais.

As Copas de 1994 e 2006 são exemplos da aplicação no futebol da frase citada no começo da coluna. em 94, Brasil e Itália chegaram à final ganhando jogos graças as suas defesas, atraíram a atenção por meio de seus homens de ataque (Romário e Baggio) mas o campeão foi, literalmente, quem chutou melhor. Pior para Baggio e para a Itália. Em 2006 a Itália estava lá novamente e até a final só sofrera um gol e feito por sua própria equipe, sofreu outro na final, de Penalty. A França também tinha uma defesa sólida que anulou, nas quartas, o perigoso ataque brasileiro (que realmente só vendeu ingressos) e na semi não pertmitiu a chegada da boa equipe portuguêsa. Ambos tinham seus ataques e seus especialistas, a França com Henry e Zidane, a Itália com Toni e Pirlo. Ganhou novamente quem chutou melhor e a Itália superou o trauma de 94.

Pode até parecer, mas não estou defendendo a retranca, estou apenas dando valor para aqueles que pouco têm crédito nas vitórias, porém que são crucificados nas derrotas: os jogadores do "sistema defensivo". As aspas foram pelo fato de que o sistema defensivo não é composto por jogadores, e sim por disposição tática, ou seja, os atacantes também fazem parte do sistema defensivo quando se fazem defensores, mesmo no ataque como eu já disse antes.

Vamos então para os que vendem ingressos. No futebol americano, se existe uma figura central, essa é a do lançador (quarterback) que arma todas as jogadas do ataque. Comparando com o futebol, seria um meia armador, o cérebro da equipe, uma espécie de Juninho Pernambucano.

A foto acima é a do lançador do Indianápolis Colts, Peyton Manning, considerado por muitos o melhor da atualidade, coisa que do alto da minha ignorância "Footballistica", concordo plenamente. Podem me perguntar qual o motivo de Juninho estar ao lado do melhor do mundo no outro esporte em questão não é à tôa, Ronaldinho é sim o melhor jogador de futebol do mundo na atualidade, esteja na má fase que for, mas Juninho, para mim, representa, no futebol, os três times do futebol americano, pois é um jogador que ora é um bom defensor, ora é o articulador e finalizador de jogadas e, na hora certa, é um especialista, o chutador.

Não vi o 13 do Dolphins (Dan Marino) nem o 10 do Santos (Pelé, né?) jogarem, ouvi falar que eram os melhores, sei até que para muitos brasileiros o futebol americano não é um esporte agradável de se ver como também para muitos estadunidenses (americano também sou e norte-americanos os mexicanos também são) o futebol não é tão atrativo. É apenas uma questão de cultura, e a globalização, não esta que vemos, de cima para baixo, mas a verdadeira a que divide para depois multiplicar, se tratará de fazer a interligação dos esportes, ora entre seus profissionais, ora entre seus fãs. assim como existe uma Copa do Mundo de futebol, eu gostaria de ver uma Copa de futebol americano, e, de preferência, com a mudança da nomeclatura, para que se tornasse algo mundial.

E que as defesas continuem ganhando jogos, os ataques continuem vendendo ingressos e que os chutadores continuem vencendo os campeonatos, seja em que esporte for.



È Detto!!!

Ferenc Purczeld (Nov/2006)



Olá, visitante!

Assim que soube do falecimento de Puskas, resolvi fazer uma singela homenagem em meu antigo Blog, claro que ele merecia bem mais, porém, foi o que pude fazer.


Espero que gostem!




Ferenc Purczeld

Por: João Paulo Pontes



Não, não o vi jogar, vi no máximo gols, jogadas ou mesmo livros sobre a história do futebol ou sobre a história de sua vida. O que sei é que, depois de Maradona, ele foi a melhor perna esquerda que já pisou nos gramados mundiais, um artilheiro nato, mesmo jogando na meia-esquerda, e que soube dar a volta por cima, contra tudo e contra todos. Contra seu então treinador no Real Madri, contra seus críticos, contra seu estado físico e até mesmo contra seu país. 17 de Novembro de 2006, morre Puskas, "O Atirador", "O Major Galopante".

Considerado o maior dos "Mágicos Magiares" como eram chamados os jogadores húngaros da década de 50 que encantaram o mundo com seu futebol alegre, ofensivo e táticamente inovador e que aplicaram goleadas históricas na Inglaterra, em Wembley, impondo assim a primeira derrota daquela seleção em casa para países fora do território britânico, e o impressionante 7x1 em território húngaro. Bozsik, Nandor Hidegkuti e Sandor Kocsis eram outros bons jogadores que atuavam naquela seleção que, por ironia do futebol, perdeu a copa de 54 para a Alemanha, não confirmando o imenso favoritismo dos "Magiares". Em relação a essa partida o próprio Puskas emitiu um comentário que resumiu com perfeição o que aconteceu naquela partida, "Nós jogamos alegremente; eles jogaram para ser campeões", falou o "Major", para o desespero dos defensores do futebol-arte.

O início da história esportiva de Puskas tem influência direta de seu pai, ex-jogador e ex-treinador do Kispest FC, onde ele iniciou sua carreira e logo se tornou titular e capitão. O regime comunista que controlava a Hungria na época impõs, assim como em outros países comunistas, a nacionalização de todas as suas equipes e o Kispest se transformou no Kispest Honved FC se tornando o time do exército húngaro passando a trazer os melhores jogadores húngaros e logo se tornando a base da seleção nacional que foi, em 1952, campeã olimpica.

Porém, a situação política de seu país se agravara, explodia a Revolução Húngara, e boa parte dos jogadores retirariam suas famílias de Budapeste, incluindo Puskas, que logo iria buscar espaço no futebol da Europa Ocidental mas um outro baque em sua carreira aconteceria, uma suspensão de dois anos imposta pela FIFA. Foi quando, na temprada 58/59, o então presidente do Real Madri, o lendário Santiago Bernabeu, decidiu contrata-lo, com idade avançada já para a época, 31 anos, fora de forma, com uma barriga avantajada e sem o apoio do então treinador, Luis Carniglia.

Num trabalho árduo, Puskas perdeu 18 quilos, convenceu seu treinador de que era imprescindível à equipe marcando, logo em sua segunda partida, três gols e repetindo o feito na partida seguinte. Ao lado de Alfredo Di Stéfano e outros grandes craques da época, conquistou de forma avassaladora o título da Copa dos Campeões da Europa em cima do Eintracht Frankfurt por 7x2, quatro de Puskas, três de Di Stéfano. Conquistaria também cinco vezes a Liga Espanhola sendo artilheiro de quatro delas. Um bom exemplo para o nosso Ronaldo...

Como treinador, Puskas chegou a ser vice-campeão europeu pelo Panathinaikos perdendo para o Ajax, chegou a ser também treinador da seleção húngara, mas por pouco tempo...

Sua morte, em decorrência do mal de Alzheimer não é uma perda somente ao futebol e sim à humanidade, pois Puskas foi um exemplo de trabalho, dedicação e genialidade, fez de si um instrumento para a alegria de milhares de espectadores de seus jogos que deliciavam-se vendo-o atuar nos gramados do mundo.

Missão cumprida, Major!


È Detto!!!

A Orquestra de Lyon e Seu Maestro! (Ago/2007)



Olá, Visitante!

O artigo abaixo foi escrito na época em que o Lyon, comandado por Juninho Pernambucano, estava cotado entre os quatro favoritos à conquista da Champions League. Dentro de campo não foi o que aconteceu e o Olimpique continua sendo o único time francês a ter conquistado o torneio. Fiz apenas o que qualquer pernambucano faria vendo um craque como ele não ser valorizado: exalta-lo, mas sem distorção da realidade!

A Orquestra de Lyon e Seu Maestro!

Por: Joao Paulo Pontes



Não tive idade para ver Pelé jogar, nem Garrincha, Rivelino e outros tantos craques. E quando digo ver jogar, não falo de ver pela televisão, onde a maior estrela é a bola e seu raio de no máximo dez metros desfavorecendo assim aqueles que dão valor ao jogo coletivo e à movimentação de alguns jogadores, falo em estar no estádio, observando as pequenas e grandes coisas que fazem de um pobre mortal, um gênio. Num estádio de futebol vi sim craques de várias posições e com diferenciadas formas de jogar, vi o que seja talvez o maior jogador no novo século, o Ronaldinho (Gaúcho, para os Globais)jogando pelo Grêmio, vi o maior jogador de todos os tempos dentro da área, o baixinho Romário pelo Flamengo e pelo Vasco, vi o craque Rivaldo em início de carreira pelo Santa Cruz, entre outros bons jogadores. Porém quero me ater ao jogador de meio-campo mais discreto e talvez, mais talentoso da nova geração: Juninho Pernambucano.

Lembro bem da primeira vez que vi Juninho, ainda no Sport, ao lado de um outro bom jogador, Chiquinho, o até então maior talento da Ilha do Retiro, ambos eram extremamente talentosos, porém, por ser bem mais arisco e driblador, Chiquinho era bem mais querido pela torcida. O tempo passou, Juninho foi para o Vasco, aprendeu a ser táticamente mais importante, aprendeu a marcar melhor enquanto Chiquinho, achando se já um craque, foi para o Vitória da Bahia de onde só saiu para clubes menores. Juninho saiu do Vasco, ficou um tempo sem clube mas analisando propostas, que vieram de todas as partes do mundo.

Já se passaram seis anos desde que o meia Juninho Pernambucano saiu do Vasco da Gama em busca de um lugar ao sol na Europa. O lugar que ele escolheu foi a França, na cidade de Lyon, terra do Olympique, Clube médio desse país e que nunca havia vencido o Campeonato Francês... talvez não tivesse sido a melhor das opções, visto que a França não tem um campeonato tão importante como o alemão, Italiano, espanhol e inglês.

Como eu já disse, já se vão quase seis anos, e nesse intervalo de tempo já são cinco títulos franceses e, pelo menos, três boas campanhas na Champions League, e o improvável co-favoritismo para a conquista européia deste ano ao lado de tradicionais clubes como o Barcelona, Chelsea e Milan.

Hoje o Lyon bateu o Dynamo de Kiev por 3 x 0, fora de casa e assumiu a ponta do seu grupo na Champions League à frente do Real Madri, ratificando ainda mais a sua condição de um dos favoritos ao título, tem um dos mais modernos estádios da Europa, salários em dia, algo impensável há seis anos. E qual é o mérito de Juninho nessa história grandiosa? Sim, é fácil de responder, enquanto Jean-Michel Aulas, com sua visão, faz sua parte dirigindo o clube, financiando os atletas e fazendo parcerias, Gérard Houllier prepara o seu 4-2-3-1favorecendo e muito o futebol dos seus atletas, Juninho fez a parte dele dentro do campo, sendo o principal jogador do Lyon, tendo a maioria dos gols da equipe sendo assistências dele, que além de tudo, se dedicava ao treinamento de bolas paradas, ou seja, um exemplo de aplicação e virtuosidade física, técnica e tática, o que trocando em miúdos faz dele um craque. Mal aproveitado na Seleção Brasileira pelo técnico Parreira, que não viu à tempo ou não quis ver o quanto um jogador desse nível é importante à qualquer esquema tático.

O adeus à seleção já foi dado, agora nos resta ver o brilhantismo de Juninho Pernambucano pelo Lyon e torcer, isso mesmo, torcer por um título europeu que fará dele o maior jogador da história dos clubes franceses.

Allez Lyon! Allez Juninho!


È Detto!!!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Antes dos Mouros... (Out/2006)



Olá, Visitantes!

Artigo escrito após um jogo entre Barcelona e Chelsea, pela primeira fase da Champions League (Temporada 2006/2007) onde me impressionei com a ótima leitura de jogo do técnico português da equipe inglesa...

Dizem que ele costuma ser "ignorante" com os jornalistas... É, eu tambem seria!

Antes dos Mouros...

Por: Joao Paulo Pontes



Quando Luís Felipe Scolari assumiu a seleção Portuguesa, discutiu-se muito acerca da contratação de um treinador estrangeiro, mesmo sendo campeão mundial, em detrimento à um profissional em ascenção de nacionalidade portuguesa. O seu nome, até então desconhecido em proporções mundiais, era José Mourinho que tinha recém conquistado o título português, pelo Porto, daquele ano.

Uns Falavam: "Um absurdo!!! temos o futuro melhor treinador do mundo e vamos atrás de um brasileiro?" Outros já diziam: "Sim, estamos trazendo o melhor de todos! ele é campeão mundial, coisa que nenhum treinador português foi até hoje!"

A velha dicotomia futebolística!

A verdade é que a escolha acabou sendo feita e cada um foi feliz representando Portugal de formas diferentes. Enquanto Mourinho era campeão da Champions League com o Porto, Scolari levava a Seleção Lusa ao inédito vice-campeonato europeu. Logo após veio para Mourinho a transferencia para o poderoso Chelsea e o reconhecimento de sua inteligência e capacidade, sendo considerado um dos melhores treinadores do mundo, para Scolari a classificação e logo o quarto lugar na Copa do Mundo da Alemanha... no final de contas ambos os lados estavam certos, ou errados!

Me prendendo um pouco mais ao trabalho de José Mourinho, vejo nas equipes dele não só uma postura tática que me agrada mas também uma entrega dentro de campo que reflete um ótimo motivador, um exímio leitor de jogo, além de saber indicar muito bem os atletas. Hoje na partida contra o Barcelona, viu-se uma entrega até o fim da partida e a vitória suada sendo comemorada como uma classificação à final, além de uma leitura em relação às falhas do treinador do Barcelona no segundo tempo quando o lado esquerdo da defesa catalã ficou deserta e foi onde Shevchenko e logo após Robben se posicionaram, obedecendo suas ordens.

Seus defeitos, coinscidentemente convergem aos mesmos de Scolari, o "fino trato" com a imprensa é um desses defeitos. Assim como Scolari, Mourinho se envolve em algumas polêmicas através, com ou graças à imprensa... nada que vá manchar seu posto de melhor treinador da atualidade...

Se formos procurar no dicionário, um dos significados para mouro é aquele que muito trabalha, que se cansa, e essa é a filosofia de trabalho de um treinador que quer conquistar seu espaço, seja ele nacional ou internacional... Que antes dos Mouros, venham os Mourinhos!!!


È Detto!!!

Itália Campeã: Quatro Motivos Para (Eu) Comemorar! (Ago/2006)



Olá, Visitante!

Esse aqui foi escrito após a Copa de 2006, uma comemoração com sorriso amarelo e gosto de aposta ganha...


Eu adoraria ter perdido essa!




Itália Campeã: Quatro Motivos Para (Eu) Comemorar!

Por: Joao Paulo Pontes



Comemorando??? Sim, ainda estou, mas por quais motivos???

1º) Vejo alguns comentaristas esportivos pregando o tal "Futebol Arte" sem levar em conta que os avanços da parte física dos atletas impedem que os treinadores venham a exercer o mesmo... poucos falam em mudanças de regras, em aumento do espaço do campo ou mesmo do tamanho das balizas. Mas o que tem isso a ver com a vitória da Itália? Absolutamente tudo, visto que seu futebol é o mais criticado juntamente com o Alemão por se adequar à realidade futebolistica atual.

2º) Ver jogadores de defesa se destacando, visto que a defesa é o princípio fundamental de qualquer equipe vencedora em qualquer esporte, porém um bom defensor quase nunca é considerado craque, principalmente no Brasil onde se dá mais valor à um atacante driblador que perde a bola depois de fintar 5 ou 6 jogadores do que para um defensor que raramente é driblado. Com isso não quero dizer que o ataque é secundário, o equilíbrio é a chave para o sucesso, mas observando os pesos das medidas é mais vantajoso não perder do que não ganhar, pois o não perder na pior das hipóteses nos dá 1 ponto, não ganhar nos dá no máximo esse mesmo ponto. Ganhar é o importante, principalmente num mundial, e assim fez a Itália sofrendo 2 gols: 1 de penal (bem cavado, por sinal) e outro um gol contra de Zaccardo.

3º) A federação italiana teve a coragem de, depois do mar de lama em que se transformou o Calcio, punir os envolvidos, ao contrário de outras federações, principalmente a brasileira que não foi à fundo nas investigações da máfia da arbitragem e acabou punindo quem não devia: o torcedor!

4º) Numa copa de tão baixo nível seria uma injustiça uma equipe de alto nível ser campeã. Paradoxal? para mim nenhum pouco! Nas últimas duas copas disputadas, por exemplo, o nível técnico foi baixíssimo e como as equipes finalistas eram boas ficou a falsa impressão de um nível técnico elevado... coisa que não aconteceu este ano e em 94 nos Estados Unidos...

Que a África do Sul nos reserve boas surpresas...


È Detto!!!

O Brasil de Parreira e a Copa de 2006 (Fev/2003)

Bola

Olá, Visitante!

Esse artigo foi escrito alguns meses depois da indicação de Carlos Alberto Parreira para o posto de treinador da Seleção Brasileira... acho que vale a pena colocar no Blog!

Quem vive de passado é museu, clube de futebol e Blog também!


O Brasil de Parreira e a Copa de 2006

Por: Joao Paulo Pontes


Desde que recebi a notícia de que Carlos Alberto Parreira seria, novamente, treinador da Seleção, fiquei pensando com meus botões: Qual será a escalação e o esquema tático da Canarinha?

Um treinador que assume a seleção brasileira de futebol pode reclamar de qualquer coisa, de falta de organização da CBF, da falta de planejamento e intromissões por parte da direção de entidade, dos problemas em se convocar jogadores que jogam no exterior, entre outras coisas, porém, reclamar de ausência de material humano (desde os jogadores à comissão técnica) para se trabalhar é inadimissível! Parreira já "abriu o bocão", reclamando da falta de bons zagueiros, mas a verdade é que tanto ele quanto o Mestre Zagallo têm condições de impôr qualquer espécie de sistema tático ou filosofia de trabalho, haja visto o calibre dos atletas que eles têm à disposição.

O problema do excesso é que leva à dúvida: com a quantidade e a qualidade que possue o Brasil, qual é a melhor forma de se trazer o Hexa da Alemanha? Existe a possibilidade da utlização, por parte de Parreira, de algo parecido com o esquema utilizado por ele no Corinthians, o 4-3-3, ou mesmo o tradicional 4-4-2, sistema utilizado por ele em 94, criticado mas vencedor. Vale a pena analisar os jogadores que se encaixam em cada um dos sistemas sugeridos (neste caso, por mim).

Iniciando pela base de qualquer equipe vencedora: A defesa! Observamos que o goleiro, a princípio, vai jogar no gol... piada infâme! Caso Rogério Ceni seja escolhido (de forma merecidíssima) esta rotina poderá ser, em alguns momentos, alterada. Além de ser um ótimo goleiro (um nome que eu defendo desde a Copa de 2002), sabe jogar de líbero, faz lançamentos precisos, comanda uma defesa como ninguém e, de lambuja, é um exímio cobrador de faltas. Se essas qualidades não forem suficientes para Carlos Alberto Parreira, Dida e Marcos estarão à disposição, quem sabe o jovem Júlio César também não brigue por essa vaga.

Na famigerada zaga, a opção deve ser mesmo por dois zagueiros, Lúcio e Roque Júnior fizeram um bom mundial, porém a atual fase do ex-palmeirense pode acabar não o credenciando à mais uma Copa do Mundo. Edmílson é, senão um titular não só em potêncial, o reserva imediato. Juan pode também aparecer nessa lista, mas a falta de um zagueiro canhoto é uma preocupação que o treinador brasileiro deve ter na cabeça.

Nas laterais, Cafu é o maior candidato à disputa de mais um mundial ocupando o lado direito, talvez por falta de concorrência no mesmo nível, talvez pela experiência que o capitão do penta possue. Neste momento consigo apenas ver Belletti e, talvez num futuro próximo, Mancini como substitutos do jogador do Milan. Na esquerda, Roberto Carlos deverá também disputar mais uma Copa, vai depender muito de seu estado físico. Se não for o caso, Júnior e Fábio Aurélio podem ser colocados na posição.

Parreira tem muitas boas opções de volantes. Considero Gilberto Silva, atualmente, sendo um dos três melhores volantes do mundo. Émerson poderia ser um ótimo parceiro, mas vejo na equipe do Santos uma dupla promissora: Paulo Almeida e Renato. Enquanto o primeiro é firme e viril, o segundo é muito bom na cobertura e entra limpo nas jogadas, além de ter um ótimo passe... Paulo Almeida talvez esteja se beneficiando por jogar ao lado de um outro atleta tão diferenciado técnicamente, mas o fato é que um é o inverso do outro e se completam, assim como o Ing-Yang.

Agora começam as verdadeiras dúvidas de Parreira: Usar um 4-4-2 ou um 4-3-3? Que jogadores utilizar? O meio-campo ofensivo e o ataque irão delinear os planos do treinador brasileiro. Optando pelo 4-4-2, Parreira deverá utilizar mais um volante com uma saída de jogo razoável, Zé Roberto (queridinho de Zagallo) será figura certa no time titular, faz uma marcação razoável, tem um ótimo poder criativo e é canhoto, característica em falta no atual futebol brasileiro. Juninho Pernambucano vem comendo a bola no Lyon da França e pode também ser uma boa opção para essa posição, ou mesmo fazendo dupla com Zé Roberto tendo Gilberto Silva como único volante. Essa configuração tática pode também ser usada caso Parreira queira usar três atacantes que no caso poderiam ser Ronaldinho (pela esquerda), Kaká (pela direita) e Ronaldo como centroavante. Diego e Robinho podem fazer parte do time titular se evoluírem técnica, física (mais para o caso de Robinho) e táticamente. Se a opção for por dois meias e dois atacantes, Kaká, Ronaldinho, Robinho e Ronaldo será o quadrado ofensivo do Brasil. Rivaldo, se estiver em forma, ocupará, com facilidade, a posição de Robinho, mas já está com a idade avançada e não creio que ele tenha físico para tal.

Meu time seria: Rogério Ceni; Cafu, Lúcio, Edmilson e Roberto Carlos; Gilberto Silva, Juninho Pernambucano e Zé Roberto; Kaká, Ronaldinho e Ronaldo. Um 4-3-3 letal!

É inegável que para todas as posições, Parreira tem jogadores de alto nível, mas aquele discurso de que o Brasil teria de três a quatro seleções capazes de disputar uma Copa do Mundo há tempos não faz mais sentido. Fica a torcida para que Carlos Alberto Parreira e Mario Jorge Lobo Zagallo reeditem o resultado de 94, com menos retranca e menos sofrimento também!


È Detto!!!

Aviso aos Navegantes!



Olá, visitantes!

Os primeiros artigos aqui postados serão de meu arquivo pessoal, coisas que escrevi há algum tempo e que creio que possa adicionar algo à cultura futebolística de algum visitante!

Deliciem-se (ou não)!!!

È detto!